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just keep swimming

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10
Ago21

17. yellow submarine

mar

Sou uma leitora compulsiva. Admito, sem qualquer pontinha de vergonha, aliás, digo-o com um imenso orgulho. Ler é um dos meus maiores prazeres, é o meu escape, é a minha terapia, é o meu interruptor para me desconectar do mundo e da realidade e embarcar, sem saber o destino, apenas desfrutando da viagem. 

Quando comecei a ler o "Tudo o que nunca fomos", de Alice Kellen, soube de imediato que o livro iria terminar num cliffhanger, o que significaria que seria urgente e imperativo ler o segundo livro de seguida, o "Tudo o que somos juntos". Ora, acontece que, apesar do nome, Alice Kellen é uma escritora espanhola (e não inglesa, como julguei), logo, os seus livros apenas existem em espanhol e em português apenas temos ainda disponível o "Tudo o que nunca fomos". 

Habituei-me a ler em inglês, porque, por norma, sinto que no processo de tradução se perde alguma riqueza da escrita original. Já li os mesmos autores traduzidos e na sua língua original e creio que na segunda opção a leitura flui, parece mais natural e envolvente. Com este livro, como não foi possível, fiquei-me pela leitura em português, o que não me desiludiu de todo, mas creio que tal se poderá dever ao facto de a escritora ser espanhola e, deste modo, o processo de tradução não se desviou muito, uma vez que tanto o espanhol como o português são línguas de origem latina. 

O "Tudo o que nunca fomos" não é paixão à primeira página, mas é um amor que vai crescendo, lentamente, e que nos apanha de surpresa a dado momento, em que não conseguimos parar de ler e querer saber mais e mais. O livro, na minha opinião, é crescente, vai ganhando força e ritmo, oferecendo alguns capítulos que são tão bonitos e intensos que me fizeram estremecer, como o capítulo da tela branca que Axel pinta (e mais não digo porque não quero nada ser spoiler!). É uma história que, pela sua premissa, não é nada de novo ou extraordinário, mas, se pensarmos bem, já nenhum plot consegue sê-lo. Mas conquista-nos pelas suas personagens, neste caso duas em especial, Leah e Axel. É em torno destas duas peças que gira toda a trama e o desenvolvimento, quer de uma quer de outra, está muito bem desenhado. Não são personagens perfeitas, felizmente!, e têm tantas nuances e peculiaridades, que as torna tão reais e próximas do leitor. A dado momento já conhecia tão bem Axel que sabia exatamente como ele iria reagir ou sabia o que Leah iria dizer. Esta familiaridade e proximidade com as personagens é algo que eu, enquanto leitora, aprecio muito. Porque quando termino a leitura, as personagens continuam comigo e foi muito curioso o modo como, à medida que ia lendo, as palavras de Axel ou os comportamentos de Leah me surgiam no pensamento no decorrer do meu dia e me inspiravam. 

Porque este livro, acima de tudo, inspira-nos. A viver, a enfrentar as coisas com coragem, a acreditar, a parar, respirar, apreciar e agradecer. E a amar. Sem limites, sem barreiras, sem medos. É um livro que começa cinzento mas que se enche e transforma cheio de cor, energia, poesia, mensagens sublimes e profundas, com detalhes que gostei tanto. Nunca mais ouvirei a Yellow Submarine dos Beatles da mesma forma. Ou a Let it Be. Esta história apura todos os nossos sentidos, desperta-nos, faz-nos ficar atentos e alerta para a riqueza de estímulos que existem à nossa volta, a cada instante. Até porque num instante tudo pode mudar e jamais torna a ser igual. 

 

Recomendo mesmo muito, muito, muito este livro. Estou tão ansiosa por ler este livro que até enviei email à Editoral Presença para saber quando será publicada a segunda parte. Foram tão queridos que me responderam que, se tudo correr conforme previsto, dia 15 de setembro será publicado :) Por isso, que comece o countdown e, quem ainda não leu, não perca a oportunidade!

 

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