20. o sol que desponta tem que anoitecer
E chegou o último dia de férias. Após duas semanas, chegou o fim, porque nada dura para sempre, como diz a música "a gente mal nasce e começa a morrer/ depois da chegada, vem sempre a partida".
Chego ao fim das minhas férias com a sensação de que descansei e de que já estou longe do trabalho há muito tempo, o que significa que me consegui desligar por completo. Dormi, desliguei todos os despertadores, abusei do sofá, li, caminhei muito, ouvi muita música, estive com família e amigos, almocei cedo e tarde, aproveitei o sol, respirei ar puro, renovei as energias. Pelo meio ainda levei a segunda dose da vacina, tive direito a uma noite terrível, mas não há mal que para sempre dure e na manhã seguinte, já me senti eu novamente.
Continuo sem vontade de regressar ao trabalho, mas já não sinto o cansaço e o aborrecimento que sentia aquando da ida de férias. O trabalho, esse, permanece um massacre, mas eu sinto-me novamente munida de forças e energia para me aguentar na batalha.
Assim, para a semana, se tudo correr bem, lá regresso eu à velha rotina, às marmitas, ao despertador a tocar às 06h50, ao corre corre, à contagem decrescente pelas 18h e pelas sextas-feiras. E é este regresso ao movimento, à rotina quotidiana que torna as férias tão desejosas e apetecíveis. Por isso, foi muito bom parar para tornar a fazer-me ao caminho.