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just keep swimming

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23
Ago21

26. focus

mar

Em abril do ano passado, senti que estava na hora de fazer mudanças. Sentia-me pesada, inchada e muito sedentária. Ter um trabalho administrativo leva a que a maior parte do dia seja passado em frente ao computador, sentada. Fazia-me falta movimento.

Embora não tenha ficado em teletrabalho e, por isso, não conheça, por experiência própria, os efeitos de estar em casa todos os dias, creio que fui influenciada pela onda de pessoas que estavam a usar o tempo em casa para praticar desporto. Assim, a 2 de abril de 2020, iniciei o meu primeiro treino em casa.

Na altura, propus a mim mesma fazer o desafio de duas semanas da Chloe Ting, disponível no youtube. Fiz o primeiro treino e passei todos segundos dos 30 minutos a achar que me ia dar o fanico, mas no final, além de muito suada e dorida, senti-me muito bem comigo mesma. Embora não estivesse na melhor forma física, o que se ressentiu em alguns exercícios que foram praticamente impossíveis de fazer, senti-me orgulhosa por ter concluído o treino e motivada a continuar. Como a Chloe tinha um calendário praticamente definido para as duas semanas, bastou-me segui-lo com dedicação, o que não foi difícil porque a) eram apenas duas semanas e b) a maioria dos treinos não tinha uma duração maior do que 35/40 minutos. Além disso, a cada novo dia, notava mais diferenças na minha capacidade física, o que funcionou como grande ingrediente motivacional.

No final das duas semanas, com o desafio terminado, senti vontade de continuar e procurei outros desafios da Chloe. Assim, lá embarquei noutro desafio, este com mais tempo, mas com a mesma estrutura do que o anterior. Quase todos os dias, após chegar a casa do trabalho, vestia o fato de treino, comia qualquer coisa e ia para a sala, com o tapete, e dedicava-me ao exercício. As dificuldades inicias foram-se esbatendo e fui ganhando mais força e resistência, sendo capaz de adicionar exercícios mais difíceis e exigentes ao meu treino. Comecei a sentir-me mais leve, mais ativa e, acima de tudo, mais feliz. Afinal, estava a fazer algo positivo para o meu corpo, mas também para a minha mente. Enquanto treinava não pensava em mais nada, os problemas, quer fossem de trabalho ou outros, ficavam pendentes.

Entretanto, comecei a receber sugestões do Youtube da Pamela Reif, que, tal como a Chloe Ting, também partilha diversos vídeos de exercício. Confesso que inicialmente tive receio de experimentar os vídeos da Pamela, porque toda a gente se queixava de como eram exigentes e pensava que não seria capaz. No entanto, um dia decidi que não perdia nada em tentar e, após uma aula, fiquei fã! Os vídeos da Pamela são diferentes da Chloe não tanto nos exercícios, mas no ritmo e energia. A Pamela é mais dinâmica e os vídeos dela têm qualquer coisa, não sei se é a música ou a organização, que nos motivam. Claro que também ajuda ela ser linda de morrer e estamos a treinar e a idealizar que ficaremos com um corpo igual! Uma pessoa termina os treinos dela completamente arruinada, encharcada em suor, mas com a sensação de dever cumprido.

Assim, transitei dos programas da Chloe para os da Pamela, que organiza calendários semanais, de acordo com os objetivos que cada pessoa pretende atingir. Aliás, a Pamela desenvolveu uma app onde podem consultar todos os exercícios e planos, é por lá que me guio e oriento. Tem também receitas super saudáveis, mas este segmento admito que não consulto com muita frequência porque cozinhar é das coisas que mais abomino nesta vida.

Passado um ano e alguns meses, posso dizer-vos que continuo a treinar todas as semanas em casa. Resisti ao calor e às férias, chegando inclusive a levar o meu material de treino de férias e a treinar um bocadinho todos os dias. Treinar tornou-se parte da minha rotina, uma atividade que considero de autocuidado, um tempo que dedico a mim mesma e ao meu bem-estar. Tenho aprendido e desenvolvido muito mais do que a minha resistência física e é precisamente isso que gostaria de partilhar aqui.

É fácil arranjar motivos para adiar e começar o projeto de alcançar os nossos objetivos apenas “amanhã”. No entanto, se há coisa que aprendi é que a motivação, muitas vezes, não precede a ação, vem depois desta iniciar. O que nos motiva a iniciar nem sempre é o mesmo que nos motiva a continuar ou a evoluir; esperar pela motivação pode significar nunca deixar de estar à espera, por isso, é necessário por vezes darmos um empurrão e iniciarmos algo mesmo que a motivação para tal não seja a mais elevada. Por exemplo, depois de ultrapassada a inércia de iniciar um treino, dificilmente desistiremos dele a meio e no final, quando terminado, além da sensação de bem-estar por termos feito o treino alia-se a sensação de orgulho de termos vencido a preguiça.

A falta de tempo é, na verdade, falta de estabelecimento de prioridades. Quando não consideramos que algo é importante ou prioritário, certamente não teremos tempo para tal. Percebi que num dia que tem 24h, em que 9h são de trabalho e cerca de 7h são para dormir, existia uma grande janela horária onde podia retirar 40 minutos para exercício físico. Para tal, foi preciso apenas organizar-me: saber que mal chegasse a casa era importante comer alguma coisa e equipar-me de seguida, não perder tempo a fazer scroll no telemóvel e ir direta ao tapete. Nos dias de maior calor, optei por acordar mais cedo para treinar antes do trabalho e isso implicou deixar tudo preparado na noite anterior para ser apenas acordar e iniciar. Quando queremos, temos sempre tempo.

Aprendi que alguma coisa, por mais pequena que seja, é sempre mais e melhor do que nada. É melhor fazer uma caminhada de 15 minutos ou um treino curto de 10 minutos do que não fazer nada. Não só pela questão física, mas sobretudo pela componente emocional de não darmos abertura a desculpas e não nos desviarmos do foco. 

No entanto, também foi importante compreender que o corpo, além de precisar de ser exercitado, também precisa de descanso. Respeitar o nosso corpo é a regra de ouro e, como tal, os dias de descanso são tão importantes como os dias de treino.

De um modo geral, aquilo que começou por ser apenas um modo de me tornar mais ativa, trouxe-me muito mais do que resistência e força física. Vivi o processo de ver algo tornar-se num hábito. Porque treinar, seja em casa, seja uma caminhada, o que for, é algo que passou a fazer parte da minha rotina. Treino para me sentir bem comigo mesma, para que o meu corpo seja forte e saudável. Talvez quando comecei, o objetivo fosse ter determinado corpo ou estrutura, mas hoje posso assegurar-vos que o meu grande objetivo é apenas respeitar o meu corpo, nutri-lo e cuidar dele para que se mantenha saudável por muitos e longos anos. Por isso, é preciso rever se as nossas motivações não poderão ser, muitas vezes, os grandes obstáculos ao processo de mudança. Se queremos fazer algo por os motivos errados, a probabilidade de falhar é maior. 

Um livro que me ajudou muito a compreender os diversos mecanismos cognitivos e comportamentais que estão subjacentes ao processo de mudança foi o Atomic Habits, do James Clear. Aconselho vivamente a sua leitura seja para a criação de hábitos saudáveis como para a eliminação de hábitos desagradáveis. Há um conjunto de estratégias simples e acessíveis que fazem toda a diferença e facilitam.

Criar um hábito, seja este qual for, é um processo. Não começamos por ser incríveis e experts nas primeiras vezes que tentamos, mas cada vez que praticamos estamos mais perto de ser melhores e de nos ultrapassarmos. Quando fiz o meu primeiro treino, não consegui fazer metade dos exercícios propostos, mas senti-me tão feliz por simplesmente ter tentado, que me levou a repetir e treinar no dia seguinte. Ao fim de um mês, repeti o primeiro treino que tinha feito e fui capaz de fazer tudo. A motivação para continuar foi a constatação de que com empenho e dedicação tudo é possível. Basta não desistir, sobretudo nos dias em que não apetece. É preciso tornar inaudível a vozinha que nos tenta afastar do nosso objetivo e passar à ação. Porque no final, a sensação é sempre a de que valeu a pena. 

23
Ago21

25. assertividade

mar

Se há coisa que me irrita é a falta de tato, de sensibilidade. Incomoda-me o facto de as pessoas dizerem o que bem lhes apetece sem pensarem, primeiro, no modo como a sua mensagem vai ser recebida pelo outro. Sem terem o cuidado de prever se o modo ou o conteúdo não poderão ser mal interpretados, difíceis de digerir e até se valem ou não a pena.

Facilmente se cai no erro de achar que ser sincero ou honesto é uma virtude sem limites, confundindo-se muitas vezes sinceridade com brutalidade. Creio que se pode dizer tudo, mas é preciso saber como o fazer e, quando não se sabe, é preferível estudar primeiro a estratégia do que avançar sem rodeios.

Lembro-me de duas situações destas que aconteceram comigo. Uma delas foi um comentário simplesmente desnecessário, que não me afetou pelo seu conteúdo, mas que me fez pensar que a pessoa perdeu uma excelente oportunidade para ficar calada. Ter a necessidade de elogiar alguém comparando com outra pessoa, reduzindo essa em detrimento da outra, é, no mínimo, desnecessário e ridículo. Porque não elogiar alguém simplesmente pelas suas características? Por si? Sem ter de a comparar com outra? Creio que ambas ficam agradecidas.

Outra situação, essa sim, magoou-me pela falta de sensibilidade demonstrada. Uma conversa que mais se assemelhou a um monólogo (uma vez que a oportunidade de dialogar se tornou insustentável), onde a carta da honestidade prevaleceu como “vale tudo”. Mas não vale tudo. Fiquei magoada não pelo conteúdo, mas pelo modo como aquela pessoa teve a capacidade de me expor, de me fragilizar e tornar vulnerável pela forma como optou por introduzir e desenvolver o assunto. Só conseguia pensar, enquanto a ouvia, que só queria abrir um buraco no chão para me esconder. Haveria necessidade disso? Estou convicta que não, bastava a pessoa ter adotado uma outra abordagem e a conversa já seria totalmente diferente.

E isto acontece todos os dias, sobretudo se pensarmos nas redes sociais, que se tornaram um palco, um microfone para toda a gente impor as suas opiniões a qualquer custo, mesmo que isso signifique o bem-estar emocional de outra pessoa. Vivemos na era do vale tudo e isso é tremendamente assustador. 

Pessoalmente, quando não tenho nada de positivo para dizer, remeto-me ao silêncio. Se acredito que posso transmitir a minha mensagem sem ferir ou magoar, faço-o e procuro assegurar que fui bem interpretada. Tenho o cuidado de estudar muito bem como vou dizer determinada coisa, como vou contextualizar, como vou abordar o assunto. Se estou a navegar pela internet e me deparo com alguma coisa que não gosto, sigo o meu caminho, não perco tempo a destilar o meu desagrado. É tempo e energia que se perdem em vão. O mesmo acontece na vida real e física. Não invisto tempo em pessoas ou situação que não o merecem. 

Nos últimos tempos tenho refletido bastante acerca deste tema, porque tenho sentido vontade de responder a alguns comentários que ouço e não de forma tão simpática. E acho que neste tópico reside uma aprendizagem importante que está à espera que eu a adquira. É preciso ser-se assertivo na comunicação, seja como emissor como recetor. Muitas vezes não o ouço, fico-me pela passividade e ao fazê-lo, permito que o outro pense que pode dizer tudo que quiser, como bem entender. Se não estabelecemos os limites entre o aceitável e inaceitável, as pessoas consideram que tudo é válido, quando não o é. É aqui que preciso de investir a minha atenção, porque de certo modo, estou a contribuir para uma situação que não me agrada.

Nem sempre é fácil ser assertiva quando o faço em prol de mim mesma. Sei que não faz sentido, mas entre defender alguém e defender-me a mim mesma, a primeira opção é sempre a mais fácil, aquela que faço num abrir e piscar de olhos. Quando se trata de mim, tenho muita dificuldade em impor-me, em traçar as fronteiras e defender os meus interesses. Noto isto em pequenas coisas como, por exemplo, fazer um pedido de férias. É um direito que tenho, enquanto trabalhadora, mas sempre que peço um dia, sinto-me a morrer por dentro como se estivesse a pedir um favor à empresa. E com a necessidade de justificar, muitas vezes. Se alguém me responde mal, por exemplo, procuro amenizar a situação, em vez de dizer diretamente à pessoa que não são modos de falar com alguém. O meu quotidiano está cheio de exemplos onde me falta afirmação pessoal e a capacidade de me defender. Por um lado, sei que muita da minha passividade advém de não gostar de conflitos e estar sempre sintonizada na opção que assegura a maior tranquilidade possível. Não me importo de engolir um ou outro sapo se isso significar que as coisas se resolvem e todos ficam bem. Mas esta passividade também tem raízes mais profundas, assentes em crenças como "será que tenho o direito de me impor?", "será que tenho o direito de me chatear?", "será que não sou eu que estou a exagerar?". Existe sempre uma vozinha dentro de mim que me diz que não, que não tenho esse direito, que me inferioriza em comparação aos outros. Como se eu fosse menos e, como tal, não tenho o mesmo direito que os outros têm de expressar a sua insatisfação. 

E eu sei que nada disto é lógico, nada disto faz sentido e nada disto é real. Que é necessário contrariar este padrão que, de alguma forma, se formou e repete sempre nas interações sociais. É uma aprendizagem, é um processo, o que significa que não será do dia para a noite, não será rápido nem indolor. Mas em pequenos passos, consistentes, é preciso ir praticando e afirmar o meu valor. Fico orgulhosa quando sou capaz de me defender, com educação, com assertividade. Sinto uma descarga de adrenalina, não vou mentir, é algo estranho e que me deixa acelerada, mas no final, sinto sempre que vale a pena. E só lamento que as pessoas não façam este exercício de reflexão, pensando de que modo poderão estar a contribuir para situações da sua vida das quais não gostam. Porque há sempre uma quota parte que é da nossa responsabilidade, que podemos fazer de forma diferente e só assim poderão surgir resultados também diferentes. 

É a velha e sábia ideia de que só podemos mudar e controlar aquilo que pensamos, dizemos e fazemos. Tudo o resto é externo à nossa vontade e poder. Mas dentro de nós, aí sim, reside toda a nossa liberdade e potencial. 

23
Ago21

24. back to black

mar

E cá estou eu, novamente. Ao fim de duas semanas, que voaram, estou de regresso ao meu gabinete, à empresa. Nesta hora que passou andei a ler todos os emails que recebi na minha ausência, a tentar compreender o que se passou e atualizar-me das novidades. 

É sempre estranha a sensação de regressar. As primeiras duas horas são de readaptação a um ambiente que, dentro de pouco tempo, se tornará a minha primeira casa, onde passo a maior parte dos dias. Liguei o computador e meu deus, parecia que já não usava um dispositivo tecnológico há séculos. O ecrã, que é bem maior do que o meu portátil, encheu-se de luz e informação, parecia que estava a ver um filme numa sala de cinema. 

Coloquei Natiruts a tocar, para inspirar boas energias, que é tudo aquilo que mais se deseja nestes primeiros dias. As férias foram muito boas para descansar e é agora, ao regressar, que confirmo que me desliguei totalmente. Estar fora daqui é muito bom. E embora não goste do meu trabalho, gosto de trabalhar.

Para o dia de hoje só peço serenidade. Calma e paz, que o resto a gente faz! 

20
Ago21

23. others

mar

Hoje, enquanto consolava um grande amigo naquela que é uma das maiores tristezas da vida, dei comigo a pensar no perigo que é, por vezes, vivermos para os outros. E este pensamento foi muito estranho porque eu sou tendenciosamente uma pessoa mais voltada para os outros do que para mim mesma. Sou mais de dar do que de receber, de cuidar do que ser cuidada. Por isso, é-me natural o papel de agradar os outros e colocar as suas necessidades acima das minhas, é fácil perder-me neste exercício de dar mais, às vezes tudo, aos outros do que a mim mesma.  

Mas por algum motivo hoje pareceu-me perigoso viver desta forma. Porque nos pode custar a nossa saúde, a nossa sanidade, o nosso sentido, a nossa identidade. Pode esgotar-nos, pode nunca ser suficiente e ficar somente um enorme vazio. 

Não me interpretem mal. Devem existir poucas alegrias tão simples e enriquecedoras como ajudar alguém, seja de que forma for. Não proponho que temos de ser todos uns egoístas e egocêntricos, apenas centrados no nosso umbigo e nas nossas vontades. O que reflito é no equilíbrio, por vezes difícil de alcançar, que é necessário entre os outros e nós mesmos. Nas fronteiras. Nos limites. Nos momentos em que nos priorizamos, em que cuidamos de nós, em que percebemos que não podemos colocar tudo e todos à nossa frente. 

O meu namorado diz-me muitas vezes que devemos sempre ser a pessoa mais importante da nossa vida. Depois de mim podem vir todas as outras pessoas, mas que eu preciso de estar em primeiro lugar. E se de princípio me parecia uma forma de estar na vida um pouco ou tanto egoísta, hoje compreendo na perfeição o que ele me tenta dizer. Não se trata de os outros não serem importantes e não nos preocuparmos com eles. Trata-se de nos colocarmos numa posição em que somos, pelo menos, igualmente importantes e que nos respeitamos e levamos a sério como levamos as necessidades dos outros. É saber quando dizer não, quando não fazer fretes, quando não esticar a corda mais do que aquilo que ela pode aguentar. 

Porque quando vivemos só para os outros ... não sei. Não é não que seja digno, que não seja de louvar, porque é. Mas corremos o risco de ficarmos sozinhos, com uma enorme sensação de vazio, de fracasso, de impotência, de nada. Um nada que se torna tão difícil de preencher quando nos habituamos a alimentar apenas e somente dos outros.

20
Ago21

22. A minha experiência com o Kobo

mar

Nunca pensei escrever um post sobre o tema do qual vos vou falar. Mas também nunca pensei que fosse fazer parte do grupo onde hoje me insiro. Sem mais rodeios e demoras, vou falar-vos sobre uma aquisição que mudou a minha vida (para melhor) e à qual resisti muito, mas que hoje sou forçada a admitir que estava errada. Falo-vos, queridos leitores e leitoras, do Kobo. 

Sim, seja ele de que modelo for, porque há vários para todos os gostos, tamanhos e preços, o Kobo é um investimento seguro e que vale muito a pena. Vou contar-vos a minha experiência, desde os primórdios em que o conceito de e-reader me parecia uma verdadeira traição aos livros físicos, reais, de papel, que tanto gostamos de ter nas nossas bibliotecas pessoais. 

Quando percebi, pela primeira vez, o que era um e-reader não consegui compreender o zum-zum que tanta gente fazia acerca do mesmo. Um tablet meio manhoso, com pouca ou nenhuma tecnologia, substitui a experiência de ler um livro? Achei duvidoso e, de imediato, declinei. Se há coisa que um leitor que se preze gosta é de sentir o papel, o prazer de virar uma página e mergulhar naquele conjunto de letras, o cheiro próprio e único que só os livros têm. Por isso, nesta fase, para mim existiam os leitores - os que não sucumbiam às modernidades e eram fiéis aos livros físicos - e os outros - os traidores. 

No entanto, após meses de muita aquisição literária, comecei a ter um problema. A quantidade de livros no meu quarto (na altura, ainda morava na casa dos meus pais) aumentava, mas o espaço continuava a ser precisamente o mesmo. Conclusão: a dada altura o meu quarto já se assemelhava mais à biblioteca municipal do que com um quarto normal. Além da falta de espaço, detetei duas outras situações: 1) o orçamento que estava a gastar em livros começou a disparar e 2) alguns livros que comprava a valores não muito simpáticos não eram livros tão incríveis como eu pensava que seriam e que, se pudesse, não os colocaria na minha biblioteca. 

Ora, posto isto, comecei a pensar que talvez até fosse interessante ter uma forma de ler alguns livros primeiro, a um preço mais acessível, antes de os comprar em formato físico e os ter a ocupar espaço nas minhas estantes. Foi neste momento que começou a nascer a ideia de adquirir um e-reader. Problema: eu não percebia patavina do assunto. Solução: falar com amigos que já possuíam um, para pedir feedback, e lançar-me na internet à caça de reviews. 

Por parte de amigos, a conclusão tendia sempre no mesmo sentido: vale a pena. Uma amiga disse-me de forma perentória: foi a melhor coisinha que comprei, porque assim posso ler de tudo, mas só compro mesmo aqueles livros que adoro, que vale a pena ter em papel. 

Assim, após muita investigação, aceitei que o investimento valia a pena e que iria acontecer. No entanto, não sabia que investimento ao certo iria fazer. A primeira dúvida foi entre comprar um Kobo ou um Kindle? Na altura, procurei muita informação sobre as diferenças entre ambos e, de um modo muito geral e simplicista, conclui que o Kobo acaba por compensar mais porque lê uma maior variedade de formatos, enquanto o Kindle apenas lê formatos mobi, que são os formatos da Amazon. Embora isto não tenha de ser necessariamente um problema porque existem programas que fazem a conversão de formatos. No entanto, na altura de fazer uma escolha, pensei que seria mais sensato optar por um aparelho que lê mais variedade de formatos, sem ter de me estar a aborrecer com conversões.

De seguida, veio a dúvida acerca de que modelo Kobo escolher, porque existem vários. Tinha muitas dúvidas em relação ao tamanho, o meu grande medo era optar por um que fosse demasiado pequeno e que as letras me parecessem formigas dançarinas. Após mais uma grande pesquisa e muitos vídeos de youtube de reviews depois, optei pelo modelo Kobo Clara. Não é dos maiores, pelo contrário, e quando o comprei na Fnac até estranhei ser tão pequeno. No entanto, após quase um ano de utilização posso dizer-vos que, para mim, tem o tamanho ideal. É pequenino, prático para levar para todo o lado, e não há o problema de o texto parecer pequeno porque a) nunca parece e b) mesmo que pareça, existe a opção de o aumentar. 

O objetivo do Kobo não é que este seja um tablet, por isso, a lógica não deverá ser de "quanto maior, melhor". É certo que existirão pessoas que preferem modelos maiores do que este, mas lembrem-se que a mais valia do Kobo é a sua mobilidade, é andarmos com ele de um lado para o outro, por isso, se for pequenino, mais fácil será o seu transporte. 

Quanto à luminosidade, é outra coisa espetacular. Aquilo tem uma tecnologia qualquer que faz com que pareça mesmo que estamos a ler uma página de um livro e ao contrário das luzes dos telemóveis, tablets e computadores que tendem a excitar-nos (e, consequentemente, quebrar os ritmos de sono pela inibição da produção de melatonina), a luz do Kobo não o faz. Tem até um sistema que a partir de x hora, a luz torna-se menos intensa. Ah, e mais um plus que me esqueci de referir: com a luz do Kobo não precisam de mais luz nenhuma acesa. É mais do que suficiente para lerem bem! 

Mas aquilo que, para mim, é realmente incrível é o facto de num aparelho minúsculo conseguirmos carregar uma biblioteca inteira. Tem capacidade para armazenar tantos livros, é fantástica a sensação de que podemos ler em qualquer lado, aquilo que nos apetecer, sem andar a carregar dezenas de livros. Ah, e sem esquecer o factor económico. É muito fácil arranjar livros mais baratos, alguns mesmo até gratuitos, o que leva a uma enorme poupança no orçamento. Sobretudo em relação a livros que são de leitura agradável, mas que não são incríveis nem inesquecíveis e, como tal, não fazemos grande questão de que ocupem espaço na nossa estante de casa.  

Algo que é extraordinário e é um fenómeno que ainda não consegui compreender ao certo é que ler através do Kobo faz multiplicar a quantidade de livros lidos. Não sei se é por ser tão prático, por nos permitir ler em qualquer lugar, mas torna a leitura ainda mais viciante e facilmente se termina um e já se está a escolher o próximo livro. 

Depois tem todo um conjunto de coisinhas fofinhas que permite fazer como organizar os livros, sublinhar expressões/citações, tem dicionário, o que é ótimo sobretudo quando lemos noutras línguas e não conhecemos alguma palavra. São tudo coisinhas que tornam a experiência de ler muito mais agradável. 

No final, percebi que não há diferença entre ler livros digitais ou em papel, porque no final são sempre livros e o prazer é sempre o mesmo. Continuo a amar os livros reais, de capa, em papel e o meu maior orgulho é a minha biblioteca, mas o Kobo não substitui este amor, apenas o expandiu e agora guardo espaço na minha estante para aqueles livros que têm um lugar mesmo cativo e garantido no meu coração.

Por isso, caso façam parte, como eu também já fiz, do grupo que olha para os e-readers com dúvida e suspeição, espero que este texto vos ajude a perceber as diversas vantagens que podem obter, enquanto leitores, a mergulhar nesta modalidade. É muito fácil de utilizar, mesmo muito intuitivo.

O Kindle também poderá ser uma opção interessante e aconselho a que pesquisem, mas sem esquecer que este é vendido através da Amazon e, se não estou em erro, para o adquirirem têm de comprar através da Amazon noutros países que não Portugal. Quanto ao Kobo podem sempre comprar na Fnac e ter toda a assistência necessária. 

Sei que este post parece patrocinado, mas juro-vos que é apenas o relato da minha experiência e apenas o fiz na esperança de conseguir ajudar alguém como eu há alguns meses, que muito procurei e li para fazer a escolha acertada. Como já escrevi algumas vezes, gosto de pensar neste espaço como um lugar de partilha de pensamentos, experiências, opiniões. Por isso, espero que a minha partilha vos seja útil e permita ler muito :)

20
Ago21

21. Archer's Voice

mar

Um dos livros que li nas minhas férias e me "destruiu" emocionalmente foi o Archer's Voice da escritora Mia Sheridan. Foi um livro que li no Kobo, sem grandes expectativas, sugerido pelo GoodReads com base noutras leituras realizadas. E foi uma incrível surpresa.

Bree, uma jovem de vinte e poucos anos, decide fazer uma roadtrip sozinha, acabando por ir parar a uma pequena localidade acolhedora chamada Pelion, no Maine. Na verdade, Bree não se encontra a viajar por diversão, mas sim para fugir a uma realidade demasiado dura e difícil de enfrentar. Decide então ficar por Pelion, onde arranja um trabalho num restaurante local e, aos poucos, começa a conhecer os habitantes, todos muito calorosos e acolhedores, que a fazem sentir-se em casa. É aí que conhece Archer, que é totalmente diferente de todas as pessoas que já conheceu. Archer parece um homem das cavernas, com um cabelo e barba tão grandes, que se torna difícil decifrar a sua cara por baixo de todo aquele véu. Por algum motivo, Bree sente-se fascinada por ele e procura conhece-lo melhor, após uma primeira interação estranha. No entanto, Archer não é uma pessoa fácil de alcançar, sobretudo pelo facto de não falar e toda a gente em Pelion considerar que, além de surdo, é também doente mental. Nada disto faz Bree afastar-se, pelo contrário, fá-la sentir ainda mais curiosa e decidida a descobrir o homem que, embora enorme, parece ser invisível para todos, menos para si.

“And sometimes, that's all it takes–one person who's willing to listen to your heart, to the sound no one else has ever tried to hear.”

Não quero dar mais detalhes, porque não vos quero estragar a delícia que é a descoberta destas personagens e das suas histórias, sozinhas, e depois a sua história conjunta. Desfrutei muito deste livro porque não é, de todo, "atabalhoado". Nada nos é apresentado à pressa, com a ânsia de tudo se revelar de imediato. Pelo contrário, vamos descobrindo as diversas camadas das personagens, aproximamo-nos delas à medida que se aproximam uma da outra, com a estranheza inicial seguida do desejo de mais e mais. Sofremos muito com as suas histórias, torcemos até ao final para que tudo corra bem, para que exista uma bonança depois de tanta tempestade. Passaram por mim mil emoções desde revolta, fúria, surpresa, espanto, tristeza, euforia, alegria, desespero. Terminei o livro em prantos, com direito a ter o meu namorado a perguntar o que se tinha passado para eu estar a chorar compulsivamente. Coitado, ao fim de tantos anos de namoro e ele ainda não consegue perceber a minha desarga emocional associada à leitura. Pensa sempre que sou uma tolinha.

“Bad things don't happen to people because they deserve for them to happen. It just doesn't work that way. It's just… life. And no matter who we are, we have to take the hand we're dealt, crappy though it may be, and try our very best to move forward anyway, to love anyway, to have hope anyway… to have faith that there's a purpose to the journey we're on.”

Mas voltando a este livro, que para mim entrou diretamente no pódio de um dos melhores que li este ano. Há muitos critérios que podemos utilizar para avaliar se um livro é bom. A forma como está escrito, a história, a construção das personagens, o desfecho. Todos são válidos. Para mim, este livro é poderoso por diversos: primeiro, pela mensagem que transmite e pelo modo como o faz; segundo, pela forma como a história se desenvolve, a um ritmo e cadência que apreciei muito; e terceiro, pela miríade de emoções que provocou. Quando um livro nos envolve desta forma, chegando a todos os cantinhos internos do nosso organismo, é obrigatoriamente um bom livro. 

“...not all great acts of courage are obvious to those looking in from the outside.”

Escusado será dizer que recomendo muito, muito, muito a leitura. Muito mesmo. Já disse muito? Ok. Só ... mesmo muito!

20
Ago21

20. o sol que desponta tem que anoitecer

mar

E chegou o último dia de férias. Após duas semanas, chegou o fim, porque nada dura para sempre, como diz a música "a gente mal nasce e começa a morrer/ depois da chegada, vem sempre a partida". 

Chego ao fim das minhas férias com a sensação de que descansei e de que já estou longe do trabalho há muito tempo, o que significa que me consegui desligar por completo. Dormi, desliguei todos os despertadores, abusei do sofá, li, caminhei muito, ouvi muita música, estive com família e amigos, almocei cedo e tarde, aproveitei o sol, respirei ar puro, renovei as energias. Pelo meio ainda levei a segunda dose da vacina, tive direito a uma noite terrível, mas não há mal que para sempre dure e na manhã seguinte, já me senti eu novamente. 

Continuo sem vontade de regressar ao trabalho, mas já não sinto o cansaço e o aborrecimento que sentia aquando da ida de férias. O trabalho, esse, permanece um massacre, mas eu sinto-me novamente munida de forças e energia para me aguentar na batalha. 

Assim, para a semana, se tudo correr bem, lá regresso eu à velha rotina, às marmitas, ao despertador a tocar às 06h50, ao corre corre, à contagem decrescente pelas 18h e pelas sextas-feiras. E é este regresso ao movimento, à rotina quotidiana que torna as férias tão desejosas e apetecíveis. Por isso, foi muito bom parar para tornar a fazer-me ao caminho. 

11
Ago21

19.

mar

A minha mãe preocupa-me. É a minha maior preocupação, aquela que faz com que todas as outras me pareçam pequenas e insignificantes. 

A minha mãe é, neste momento, o retrato e exemplo perfeito de alguém a quem a vida pregou uma rasteira, a fez cair e ainda não foi capaz de se reerguer. Continua ali, estendida no chão, às vezes tentando levantar-se, outras vezes simplesmente à espera que alguém lhe dê a mão e a puxe para cima. Mas mesmo quando alguém lhe estende a mão e investe todos os esforços para a erguer, ela não é capaz de a amarrar e aproveitar, tornando a tombar e a cair. 

A minha mãe está há tanto tempo no chão, que fez dele um lugar confortável. Está longe de o ser, mas é um lugar conhecido, familiar e que passou a ser suportável. Mudá-lo ou retirar-se dele já não parecem opções e, quando são, parecem improváveis, para não dizer impossíveis.

A minha mãe ainda é jovem, mas vive a vida de uma pessoa idosa. E creio que existirão pessoas de idade com uma vida mais dinâmica e preenchida do que ela. Olho para ela e o meu coração aperta-se de angústia. Uma dor fulminante, que me deixa à deriva, sem saber o que posso mais fazer. Uma culpa que surge de mansinho, mas que se faz notar, que me diz baixinho que não estou a fazer o suficiente. E, depois, uma revolta e fúria que ripostam e gritam "mas não é possível fazer mais, não é possível viver outra vida que não a nossa, não é possível ajudar quem deixou de acreditar!". 

A minha mãe merece o mundo, é daquelas pessoas boas, sempre pronta e disponível para ajudar. Ela é aquela que, tantas e tantas vezes, estende a mão a quem está no solo, sem saber como se regressa à tona. Já viveu tantas agruras e conseguiu sempre encontrar um caminho, uma maneira de reescrever a história. Mas desta vez vejo-a completamente perdida, desamparada e, aquilo que mais me assusta, inerte e conformada. Sinto que se entregou às mãos do desespero e da desesperança. 

A minha mãe preocupa-me. Sim, sei que já o disse, mas esta preocupação repete-se, transforma-se, aumenta. Não se extingue, não desaparece, não vai embora. Às vezes sinto que os papéis se inverteram e eu passei a ser a mãe que não dorme enquanto a filha não chega a casa, a mãe que sofre, que fica angustiada quando vê a filha sofrer, a mãe que, se pudesse, protegia a filha de todos os males do mundo. 

Começo a ficar sem ideias, sem soluções. Não sei o que dizer, o que fazer, o que mais é possível e está ao meu alcance. Enquanto escrevo estas palavras, estamos no mesmo espaço, eu à mesa, ela no sofá, perdida num filme romântico qualquer da Fox Life, daqueles em que tudo acaba sempre bem. E eu gosto de acreditar que a realidade imita a ficção e que tudo também acaba sempre bem. Mas não consigo evitar pensar, quando é chegará esse momento?

11
Ago21

18. Estar de férias é ...

mar

... carregar o Kobo com mais livros do que aqueles que certamente terei a oportunidade de ler;

... acordar cedo, porque o corpo não quer mais descanso e não porque tem de ser, e com energia para viver mais um dia;

... olhar para o relógio por mera curiosidade, sabendo que temos todo o tempo do mundo, não há pressas nem urgências;

... caminhar de manhã pela praia, chegar a casa, tomar um banho, almoçar e saber que uma sesta nos espera, naquele canto mais confortável do sofá;

... ouvir música o dia todo, de todos os géneros e estilos;

... relaxar, sentir o corpo abrandar e recuperar das maleitas da rotina;

... é maravilhoso :)

10
Ago21

17. yellow submarine

mar

Sou uma leitora compulsiva. Admito, sem qualquer pontinha de vergonha, aliás, digo-o com um imenso orgulho. Ler é um dos meus maiores prazeres, é o meu escape, é a minha terapia, é o meu interruptor para me desconectar do mundo e da realidade e embarcar, sem saber o destino, apenas desfrutando da viagem. 

Quando comecei a ler o "Tudo o que nunca fomos", de Alice Kellen, soube de imediato que o livro iria terminar num cliffhanger, o que significaria que seria urgente e imperativo ler o segundo livro de seguida, o "Tudo o que somos juntos". Ora, acontece que, apesar do nome, Alice Kellen é uma escritora espanhola (e não inglesa, como julguei), logo, os seus livros apenas existem em espanhol e em português apenas temos ainda disponível o "Tudo o que nunca fomos". 

Habituei-me a ler em inglês, porque, por norma, sinto que no processo de tradução se perde alguma riqueza da escrita original. Já li os mesmos autores traduzidos e na sua língua original e creio que na segunda opção a leitura flui, parece mais natural e envolvente. Com este livro, como não foi possível, fiquei-me pela leitura em português, o que não me desiludiu de todo, mas creio que tal se poderá dever ao facto de a escritora ser espanhola e, deste modo, o processo de tradução não se desviou muito, uma vez que tanto o espanhol como o português são línguas de origem latina. 

O "Tudo o que nunca fomos" não é paixão à primeira página, mas é um amor que vai crescendo, lentamente, e que nos apanha de surpresa a dado momento, em que não conseguimos parar de ler e querer saber mais e mais. O livro, na minha opinião, é crescente, vai ganhando força e ritmo, oferecendo alguns capítulos que são tão bonitos e intensos que me fizeram estremecer, como o capítulo da tela branca que Axel pinta (e mais não digo porque não quero nada ser spoiler!). É uma história que, pela sua premissa, não é nada de novo ou extraordinário, mas, se pensarmos bem, já nenhum plot consegue sê-lo. Mas conquista-nos pelas suas personagens, neste caso duas em especial, Leah e Axel. É em torno destas duas peças que gira toda a trama e o desenvolvimento, quer de uma quer de outra, está muito bem desenhado. Não são personagens perfeitas, felizmente!, e têm tantas nuances e peculiaridades, que as torna tão reais e próximas do leitor. A dado momento já conhecia tão bem Axel que sabia exatamente como ele iria reagir ou sabia o que Leah iria dizer. Esta familiaridade e proximidade com as personagens é algo que eu, enquanto leitora, aprecio muito. Porque quando termino a leitura, as personagens continuam comigo e foi muito curioso o modo como, à medida que ia lendo, as palavras de Axel ou os comportamentos de Leah me surgiam no pensamento no decorrer do meu dia e me inspiravam. 

Porque este livro, acima de tudo, inspira-nos. A viver, a enfrentar as coisas com coragem, a acreditar, a parar, respirar, apreciar e agradecer. E a amar. Sem limites, sem barreiras, sem medos. É um livro que começa cinzento mas que se enche e transforma cheio de cor, energia, poesia, mensagens sublimes e profundas, com detalhes que gostei tanto. Nunca mais ouvirei a Yellow Submarine dos Beatles da mesma forma. Ou a Let it Be. Esta história apura todos os nossos sentidos, desperta-nos, faz-nos ficar atentos e alerta para a riqueza de estímulos que existem à nossa volta, a cada instante. Até porque num instante tudo pode mudar e jamais torna a ser igual. 

 

Recomendo mesmo muito, muito, muito este livro. Estou tão ansiosa por ler este livro que até enviei email à Editoral Presença para saber quando será publicada a segunda parte. Foram tão queridos que me responderam que, se tudo correr conforme previsto, dia 15 de setembro será publicado :) Por isso, que comece o countdown e, quem ainda não leu, não perca a oportunidade!

 

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