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15
Set21

43. Without Merit

mar

Andei muito tempo a adiar a leitura do Without Merit da Colleen Hoover (em português, A Ilusão de Merit). Parece estranho, sendo eu uma leitora compulsiva assumida de tudo que a Colleen escreve, mas a verdade é que este livro nunca me despertou interesse. Primeiro, pelo nome; segundo, pela capa; e, por último, pela sinopse estranha e confusa. Não me cativou também o facto de ter lido reviews no GoodReads e este ser um dos poucos livros da Colleen com menos pontuação e menos críticas positivas. 

Demorei muito tempo a adquiri-lo e admito que quando o fiz, fi-lo por duas razões muito elementares: 1º, porque estava em promoção e 2º, porque tenho um lugar na minha biblioteca reservado para Hoover e, como tal, tenciono ter todos os livros por si escritos. Mas entre comprar e começar a lê-lo, passaram-se meses. Ainda coloquei o livro na mesinha de cabeceira, para ver se a coisa se dava, mas surgia sempre um interesse maior e depois uma coleção e o livro foi ficando, a acumular pó, à espera. 

No sábado à noite, depois de terminar de ler Franco, o último livro da coleção Bright Side, de Kim Holden, decidi que estava na hora de pegar na llusão de Merit e dar-lhe uma oportunidade. Comecei no domingo e terminei hoje de manhã o último capítulo. Confesso que à medida que ia lendo, pensei para comigo mesma diversas vezes "mas porquê que eu resisti tanto a este livro?". Porque se revelou uma boa surpresa.

Não posso dizer que me deixou arrebatada ou que foi o melhor livro da Colleen que já li. Mas cativou-me ao ponto de estar no trabalho e pensar, por mais que uma vez, que só me apetecia chegar a casa e ler um pouco mais. Descobrir mais acerca de Merit e da história da família Voss, que é tão estranha, excêntrica e única, que me prendeu desde as primeiras páginas. 

Colleen atacou e ganhou novamente, porque é uma excelente contadora de histórias. As suas personagens e as relações que estabelecem entre si têm sempre o poder de nos envolver e cativar, de nos deixar sedentos de as conhecer melhor e as acompanhar. Gostei muito do modo como Colleen construiu, desconstruiu e tornou a construir a personagem de Merit, assim como as restantes da sua família. A dinâmica familiar estranha, até mesmo absurda, que nos faz concluir que não existem famílias perfeitas, que todos trazemos muito mais dentro de nós do que aquilo que permitimos que os outros vejam e que somos muito mais complexos, profundos e incoerentes do que aquilo que gostaríamos de ser. Gostei do modo como a saúde mental é abordada e como um episódio dramático conseguiu ser redentor e revolucionar a vida de todos os elementos da família; gostei, particularmente, da forma como a explosão de Merit reforça a ideia de que a comunicação, aberta e honesta, nos leva sempre mais longe e nos aproxima mais uns dos outros. Fez-me lembrar, nem a propósito, do meu desabafo de ontem. 

Pelo meio, ficam diálogos muito bonitos, reflexivos e outros incrivelmente cómicos, que tornaram esta leitura tão boa e confirmaram a minha paixão literária imensa por esta escritora. Aconselho vivamente a leitura, desta vez li em português, mas acredito que a versão original valha muito a pena (não desfazendo a portuguesa, que também está muito boa!). Ah, e já agora, depois de ler, o título, que inicialmente me causou estranheza, passou a fazer todo o sentido 

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