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just keep swimming

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31
Jul21

7. confessions

mar

Confesso que gosto muito de ler literatura erótica. Não me refiro única e exclusivamente a conteúdo BDSM, até porque, para ser honesta, nunca li nenhum livro que se foque neste tipo de prática. Mas sei que a maioria das pessoas tende a associar livros eróticos ao 50 shades of grey, quando, na verdade, existe todo um mundo de livros e temáticas que vão muito além dos livros da E.L. James.

O que mais gosto neste tipo de leitura é que permite elevar o romance a um outro nível, que tende a faltar nos romances típicos. Leva-nos à componente da sexualidade, da atração, do desejo, do carnal e intenso, ultrapassando o romance platónico, que gosto, mas, muitas vezes, não acho credível. Gosto de ler um romance que me arrebata, em que os protagonistas se amam, desejam e se entregam um ao outro sem reservas e pudores. Para mim a sexualidade exige vulnerabilidade, no sentido em que permitimos que o outro aceda não só ao nosso corpo, mas aos nossos desejos e fantasias, sem receio do que poderá achar, apenas confiando e entregando. Na literatura erótica, pelo menos na que leio, o sexo não é só sexo, é uma extensão do amor, é um ponto de encontro, é a expressão de confiança absoluta. Mas mesmo quando o sexo é apenas e somente sexo não se torna menos interessante, porque a sexualidade faz parte da vida e vive-la é saudável.

É certo que os romances eróticos estão cheios e carregados de fantasia, isto é, existe muita romantização e descrições irrealistas, mas que, simultaneamente, tornam os casais mais credíveis. Gosto de saber que um romance pode conter algum conteúdo erótico, mas, por vezes, creio que não faz muito sentido separar literatura romântica da literatura erótica, porque quase sempre um livro erótico tem por base o romance, uma história de amor de duas pessoas que se cruzam, conhecem e acabam por se apaixonar. 

Admito que sinto alguma vergonha em partilhar que gosto deste tipo de leitura e, embora não leia em segredo, também não comento com ninguém as minhas reviews literárias deste tipo de contéudo. Mas, quando paro para pensar no porquê desta vergonha, vejo que não faz sentido. A psicoterapeuta e terapeuta conjugal Esther Perel considera que o erotismo é uma prática de autocuidado e autoconhecimento, algo com o qual concordo a 100%. Quando leio um livro mais "picante" (odeio este termo, mas é o que temos), dou por mim a fantasiar, a desligar-me por completo o mundo à minha volta, a imaginar como seria viver aquela experiência. Não há nada mais saudável do que nos conhecermos e descobrirmos as nossas fantasias e desejos. Afinal, picante é um dos ingredientes que dá sabor à vida!

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