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just keep swimming

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24
Set21

50. Tudo o que somos juntos

mar

“Havia alguma coisa que me ligava a ela. Acho que é essa a magia da literatura, da música, da pintura, de qualquer modo de expressão artística: encontrarmo-nos a nós próprios naquilo que outra pessoa criou.”

O Tudo o que Somos Juntos demorou a chegar, mas valeu a pena cada minuto de espera. Ainda não me tinha pronunciado sobre o fim da história de Axel e Leah, porque, honestamente, não consigo reunir as palavras certas nem as suficientes de modo a dignificar o quão incrível esta experiência foi e significou para mim.

O primeiro livro foi bom, muito bom, mas este conseguiu ser mil vezes melhor. O salto gigante que as personagens de Axel e Leah deram, os encontros e desencontros que a sua relação sofreu e o modo, mais uma vez, como a cor, a música, os cheiros, enfim, todos os estímulos possíveis, abraçam as palavras e chegam até nós, leitores, como se aquilo que estamos a ler não são apenas letras compiladas umas nas outras, mas sim uma outra experiência, maior, mais intensa, mais profunda, mais tudo. Eu sinto que este livro é arte, transpira arte por todo o lado. E é mágico. E profundamente bonito. E sensível, delicado, arrebatador. E inspirador. 

“Supongo que no todas las historias son una línea recta, algunas están llenas de curvas y a veces no sabes qué vas a encontrar cuando tomas cada giro. Hay tramos más difíciles, esos en los que cuesta caminar, cuando te rompes y debes llevar la carga de los pedazos en las manos. Pero todo pasa. Aprendes a avanzar y a limar las aristas de esos errores que pesan. También aprendes a desprenderte de aquello que un día te aportó y ya no. O que las cicatrices son historias y que, en ocasiones, no hay que esforzarse en taparlas, sino en tener el valor de mostrarlas con orgullo, las que siguen quemando y las que superaste.”

Foi um final lindo, foi a jornada perfeita. O amor é mesmo a força mais poderosa e transformadora do mundo. 

“Ese día, mientras nos dibujábamos, me di cuenta de que hay palabras que son besos y hay miradas que son palabras"

E a Yellow Submarine vai sempre lembrar-me de Axel e Leah. Assim como a Let it Be. 

“Hay sonrisas que esconden verdades. Que hay tardes cualesquiera que se convierten en recuerdos importantes. Que los momentos determinantes ocurren cuando menos te lo esperas. Que el encanto de la vida reside en ese algo impredecible"

 

24
Set21

49. Hallelujah

mar

Apenas para dizer que não, não me partiu o coração. Pelo contrário, fez-me sorrir e aqueceu-me a alma. Grande livro

“You can’t re-create the first time you promise to love someone or the first time you feel loved by another. You cannot relive the sensation of fear, admiration, self-­consciousness, passion, and desire all mixed into one because it never happens twice. You chase it like the first high for the rest of your life. It doesn’t mean you can’t love another or move on; it just means that the one spontaneous moment, the split second that you took the leap, when your heart was racing and your mind was muddled with What ifs?—that moment—will never happen the same way again. It will never feel as intense as the first time. At least, that’s the way I remember it. That’s why my mother always said we memorialize our past. Everything seems better in a memory.”

 

“The present is our own. The right-this-second, the here-and-now, this moment before the next, is ours for the taking. It’s the only free gift the universe has to offer. The past doesn’t belong to us anymore, and the future is just a fantasy, never guaranteed. But the present is ours to own. The only way we can realize that fantasy is if we embrace the now.”

 

“And in that moment, you realize how little control you have over your own destiny. From the time you're born, you have no control; you can't choose your parents, and, unless you're suicidal, you can't choose your death. The only thing you can do is choose the person you love, be kind to others, and make your brutally short stint on earth as pleasant as possible.”

 

“Poetry is just evidence of life. If your life is burning well, poetry is just the ash.”

 

“human element about this place can make you fall in love and break your heart at the same time. When you hear her sound, when you breathe in her scent, you share it with all the people walking beside you on the street, in the subway, or gazing from a tall building across Central Park. You know at once that you are alive, and that life is beautiful, precious, and fleeting.”

31
Ago21

36.

mar

Hoje é o teu dia. Sempre foi, sempre será. 

Já pensei em ti muitas vezes hoje. Apareces-me no pensamento, de forma inesperada, e é sempre bom encontrar-te e pensar em ti. Naquilo que vivi contigo, no tanto que me ensinaste, na enorme e gigante pessoa que foste. Deixaste-me muito mais do que aquilo que alguma vez conseguirás imaginar; foste, és e creio que continuarás sempre a ser o meu grande modelo e exemplo. Pela tua força, pela tua determinação, pela tua coragem. Pelo cuidado e carinho, pelo teu colo acolhedor e abraço quente. 

Contigo ficou uma grande parte de mim, talvez uma das melhores. Porque, aos teus olhos, eu era sempre especial e sentia-me sempre assim. Olhavas-me com tanto amor e adoração, fazias-me sentir eternamente pequenina e protegida e como isso era maravilhoso!

Parabéns, minha avó fofinha. Gosto tanto de ti! Onde quer que estejas, sabe que continuas viva em mim e enquanto eu cá estiver, tu também estás. 

27
Ago21

34. friday inspiration

mar

Subscrevo algumas newsletters, uma delas é a do James Clear, de quem já falei aqui. Adoro o facto de todas as quintas-feiras receber um email do James que me faz pensar e quase sempre me inspira. O de ontem foi tão bom, que me apetece partilhar com vocês uma pequena parte:

Nadine Stair, an 85-year-old woman from Louisville, Kentucky, shares her answer when asked, "How would you have lived your life differently if you had a chance?"

"If I had my life to live over again, I’d dare to make more mistakes next time. I’d relax. I’d limber up. I’d be sillier than I’ve been this trip. I would take fewer things seriously. I would take more chances, I would eat more ice cream and less beans.

I would, perhaps, have more actual troubles but fewer imaginary ones. You see, I’m one of those people who was sensible and sane, hour after hour, day after day.

Oh, I’ve had my moments. If I had to do it over again, I’d have more of them. In fact, I’d try to have nothing else—just moments, one after another, instead of living so many years ahead of each day.

I’ve been one of those persons who never goes anywhere without a thermometer, a hot-water bottle, a raincoat, and a parachute. If I could do it again, I would travel lighter than I have.

If I had to live my life over, I would start barefoot earlier in the spring and stay that way later in the fall. I would go to more dances, I would ride more merry-go-rounds, I would pick more daisies."

Não sei explicar-vos, mas sinto-me sempre tão bem e motivada quando ouço/leio pessoas a falarem sobre a sua experiência de vida e as lições que dela retiraram. É algo que me delicia desde sempre, poderia passar horas e horas a ouvir pessoas a contarem-me sobre as suas vivências e memórias. A compreender o que vai dentro delas, como olham para o mundo, quais as suas perceções acerca da vida. 

Essa passagem do email de ontem tocou-me especialmente. Espero que vos inspire tanto como a mim para não termos medo de viver, de arriscar a ser felizes, de perseguirmos sempre o caminho que nos parece o mais acertado, de sermos nós próprios com tudo que isso implica. 

P.S - por curiosidade, se pretenderem subscrever à newsletter do James Clear, creio que basta irem ao site dele e fazerem lá o registo. Recomendo vivamente, além de os temas explorados serem super interessantes e úteis, o James escreve tão, mas tão bem! É impossível não ficar horas a ler os diversos textos por si publicados e ainda é mais difícil não ficar a pensar neles depois. 

26
Ago21

32. Bright Side

mar

Estou a tentar organizar os meus pensamentos e, admito, sentimentos, para escrever acerca de Bright Side, de Kim Holden. Terminei este livro ontem e ainda estou meia anestesiada com a experiência desta leitura. Por onde começar? Por dizer que chorei durante duas horas? Que adormeci lavada em lágrimas? Mas que também sorri e me ri como uma tontinha?

Quero muito, mesmo muito, falar-vos deste livro e estou numa angústia enorme porque tenho receio de que nada do que eu escreva seja suficiente e se aproxime de um retrato real e fiel ao que este livro é. Ainda não comecei a escrever e já me sinto bloqueada e a sentir que cada palavra é uma facada que estou a dar a uma obra de arte como esta. Por isso, antes de avançar, quero fazer esta ressalva. Vou tentar, mas preparem-se para que as minhas palavras sejam mais pobres e confusas do que aquilo que eu gostaria que fossem.

Bright Side. O nome do livro é, por si só, o prenúncio de que vamos encontrar algo de positivo e, de facto, assim que lemos as primeiras páginas, encontramos a alma que responde por este nome e lhe dá vida: Kate Sedgwick.

Sem querer parecer exagerada, Kate é, talvez, uma das melhores personagens que já conheci. Aos meus olhos, a Kate reúne tudo aquilo que um dia eu gostaria de ser e é curioso como Kim Holden, a autora do livro, refere exatamente a mesma coisa no final: a Kate é quem quero ser quando for grande. É a grande aspiração e inspiração. Mas porquê?, perguntar-me-ão. O que a torna única e tão especial é como diz Gus, o seu melhor amigo:

“She’s the poster child for positivity. She’s a freaking ray of sunshine. She doesn’t just look on the bright side … she lives there.”

Kate é carpe diem, é o expoente da bondade e amizade, é a consciência sábia e plena de viver no lado positivo da vida, que existe sempre, por mais impossível e difícil que possa parecer em alguns momentos. E Kate sabe isso melhor do que ninguém porque a sua vida é provação atrás de provação, está constantemente a desafia-la, a todos os níveis, em várias dimensões. Kate escolhe sempre amarrar-se ao melhor:

“Today, my life is awesome.
I don’t want to think about tomorrow.
Or the day after that.
So I repeat to myself: Today, my life is awesome.

Kate é a gratidão, é capaz de ver além do óbvio e encontra sempre algo bom, sobretudo nas pessoas. Isso faz com que seja uma força motivadora para todos aqueles que estão em seu redor. Kate acredita nas pessoas, no seu potencial e dedica-se arduamente a que estes acreditem em si próprios, a que realizem os seus sonhos e abracem o presente com toda a espontaneidade que torna a vida tão incrível.

“I've always been pretty good at accepting the whole of someone, the good with the bad. I see it all, but try not to let it cloud my judgement. People are complicated. Life is complicated.”

“Don't judge each other. We all have our own shit. Keep your eyes on yours and your nose out of everyone else's unless you're invited in. And when you get the invitation, help, don't judge.”

E como é uma pessoa que parece sol, porque ilumina e aquece todos em seu redor, Kate está rodeada de pessoas incríveis como Gracie, Gus, Clayton, Shelby e, claro, Keller. À medida que ia lendo, mais e mais, só tinha vontade de também eu ser amiga de Kate. De conhecer alguém assim, tão estupidamente positivo, mas uma positividade que não é tóxica nem nefasta. É uma positividade genuína de alguém que opta por maximizar as bênçãos e minimizar as dores, nunca deixando de as sentir. Precisamente por as sentir é que Kate valoriza o que a vida tem de melhor, que são as pessoas, o por do sol, a bondade, a amizade, o amor, uma boa chávena de café, um bom livro. Não posso, nem quero, dar-vos muitos detalhes da história, mas quero que frisem que Kate está ciente de que a vida é incrível e de que podemos não estar conscientes disso e, por isso mesmo, não a aproveitamos como deveríamos.

“I’m not saying you shouldn’t pursue dreams and goals. Just don’t forsake the present for the unknowns of the future. A lot of happiness is bypassed, overlooked, postponed to a time years from now that may never come. Don’t bide your time and miss out on this moment for a tomorrow with no guarantee.”

“I would've missed out on some of the best moments of my life if I weren't spontaneous. Honestly, I try not to think about the future too much. I'm a huge fan of the present.”

O livro começa com a despedida de Kate e Gus, o seu melhor amigo, antes de Kate ir para a universidade. A relação entre ambos é muito especial, são quase uma extensão um do outro. As diversas interações entre eles são deliciosas por se basearem numa amizade pura, honesta, real, onde há genuinamente cuidado e interesse e o sentimento de desejar o melhor do mundo ao outro. Lá está, faltam-me as palavras para conseguir descrever o modo como Kate e Gus funcionam tão bem, numa dinâmica tão única e bonita.

À medida que a história se desenrola, acompanhamos a Kate nesta nova fase da sua vida e vemos tudo através dos seus olhos, o que é uma perspetiva incrível. É um par de óculos que eu gostaria de colocar e nunca mais tirar.

Surgem novas amizades, experiências, um grande amor.

“I love you more than you could possibly imagine.”
"My imagination is endless,”
“Good. So is my love.”

E há muito, muito para descobrir neste livro. Embora me tenha arruinado emocionalmente, porque é a verdade, causou uma destruição interna de dimensões inacreditáveis, ao mesmo tempo, este livro fez-me sorrir tanto. Dei por mim a rir-me sozinha, a deliciar-me com passagens tão simples, mas tão acolhedoras e bonitas.

Acima de tudo, este livro é isso mesmo: bonito. É intenso, é trágico, é lindo, é injusto, é espontâneo, é tudo aquilo que a vida também é. E a grande mensagem que a autora procurou transmitir resume-se em três simples palavras:

“You are brave.”

Todos nós, sem exceção, já vivemos períodos duros e difíceis. Já nos confrontamos com o sofrimento, com a perda, com a dor, com a impotência, com a fragilidade, com a sensação de desnorte, de confusão, de algo ser demasiado para aquelas que são as nossas capacidades. Mas todos nós também, sem exceção, somos capazes de nos transformar, de rescrever a nossa narrativa, de reconstruir os problemas em soluções, de nos adaptar, de crescer e fazer magia com a matéria prima que a vida nos dá.

“Just when you think you know someone, they change. Or you change. Or maybe you both change. And that changes everything.

Ainda estou a digerir tudo aquilo que este livro simbolizou para mim. E é engraçado que o meu namorado e amigas minhas dizem-me: mas porquê que lês coisas assim, que te fazem chorar? É precisamente por me fazerem sentir, por me fazerem embarcar em viagens interiores e reflexões que livros como Bright Side conquistam um lugar privilegiado no meu coração. Sabemos que um livro é bom quando nos arrebata, quando nos vira do avesso e nos faz confrontar com tantas emoções e pensamentos.

Acho que não consigo escrever mais sem entrar em detalhes que poderão estragar a vossa experiência de ler este livro. Kate é uma personagem que vai ficar comigo por muito tempo, que me inspira, que me faz querer ser melhor, que me ensinou muito. Podem achar-me doida, mas há personagens que me ficam cravadas na alma e se isso não é a coisa mais extraordinária de ler, então não sei o que será.

“Reading is an escape from the outside world. Everyone needs a little of that to keep their sanity.”

Espero mesmo que leiam este livro e, se o fizerem, por favor partilhem comigo como foi a vossa experiência. Quanto a mim, acabei de o comprar para ter na minha biblioteca e vou seguir para o segundo livro da coleção: Gus. Sem nunca esquecer:

“Gus, it always gets better.”

 

25
Ago21

31. um chá: edição falecidos

mar

Após o chá das cinco dos vivos, apresento-vos agora a lista do chá com a eternidade, as escolhas daqueles que infelizmente já cá não estão, na edição dos falecidos. 

A primeira escolha é para os geeks, nerds, o que quiserem chamar, da malta da área da psicologia. E não, não estou a falar de Freud. Honestamente, acho que até teria algum receio de tomar chá com o caríssimo Sigmund, pois provavelmente estaria o tempo todo a analisar os meus atos falhados que, infelizmente, não são poucos. Refiro-me a Michael Mahoney, para mim um dos melhores psicoterapeutas da história. A obra constructive psychotherapy é um dos livros da minha vida e já perdi a conta ao número de vezes que a li e reli. Mahoney inspira-me não só como profissional, mas como pessoa. Há uma esperança e motivação que trespassam das suas palavras para a vida real que me fazem querer sempre ser mais e melhor. Algo que me causa estranheza quando penso na forma como deixou este mundo. Tenho a certeza que uma tarde passada a conversar com Mahoney seria como ganhar o euromilhões. 

Depois, não há como não escolher Martin Luther King Jr.. Desde que me lembro de ser uma pessoa pensante sempre me senti, simultaneamente, fascinada e aterrorizada pela segregação racista. Aterrorizada por aquilo que somos capazes de fazer uns aos outros, sem qualquer remorso ou peso na consciência, muitas vezes até crentes de que estamos certos e somos seres de valor moral superior. Ao mesmo tempo, fascinada pelo modo como, sem violência, os negros foram capazes de lutar pelos seus direitos e transmitiram a sua mensagem. É preciso ser-se muito nobre, grande, gigante para não recorrer às mesmas armas e optar pelo caminho da paz e amor perante o ódio e a violência. Adoraria conversar com Martin Luther King Jr. e ouvi-lo falar da sua jornada, dos seus valores e ideais. Claro que existem muitos outros como Nelson Mandela, por exemplo, mas não posso fazer mais batota, por isso opto por aquele que é a figura que, desde pequena, me inspira no que diz respeito à tolerância e a não fazer aos outros aquilo que não gostamos que nos façam a nós. 

De seguida, duas mulheres da área da música que o mundo perdeu cedo demais e que tinham tanto de talento como de insegurança. É impressionante como podemos ser tão bons, mas se não acreditarmos nisso, nunca nos sentimos dessa forma, por mais que os outros nos veja desse modo. Falo de Janis Joplin e Amy Winehouse. São de duas gerações completamente diferentes, mas sempre as achei tão parecidas no que diz respeito à sua psique. Depois de ver o documentário Little Girl Blue e o Amy (ambos vivamente recomendados) só senti vontade de as abraçar e dizer "meninas, vocês são incríveis, não deixem que ninguém vos convença do contrário e vos faça sentir que são menos do que isso!". Por isso, eu adorava ter a oportunidade de me juntar com estas duas mulheres que tanto admiro e poder dizer-lhes abertamente o quão épicas e inesquecíveis são. Depois pedia para cantarem para mim claro: a Janis podia cantar-me a Maybe e a Little Girl Blue e a Amy poderia cantar a You Sent Me Flying e a Help Yourself. Agora que penso, quão incrível seria estas duas se conhecerem? 

Ainda no universo musical, tenho mesmo de convocar o Jim Morrison para um chá. Para mim, as letras dos The Doors são poesia pura e eu adoraria conversar sobre isso com Jim. Adoraria ter a oportunidade de o conhecer, ele que foi uma figura tão carismática e única, embora ao mesmo tempo tão insegura, ao ponto de precisar de cantar de costas para não encarar o público. Seria uma tarde inesquecível, não tenho dúvidas.

Como convidados especiais, duas pessoas inspiradoras. A primeira, mais um nome da psicologia, o enorme Carl Rogers. Tornar-se pessoa é mais um dos livros que me marcou e transformou radicalmente a minha forma de estar na vida. A ideia de que estamos em constante processo de mudança, que estamos constantemente a tornar-nos, libertou-me de muitas crenças nada positivas. Rogers é luz, é esperança, é conforto, é aceitação, é acreditar que podemos tudo. Por algum motivo foi o criador da corrente humanista, aquela que vê o outro como ele é, que o aceita, que o acolhe e acredita profundamente no seu potencial.

A segunda, Tao Porchon-Lynch, a mais antiga professora de yoga, que faleceu recentemente, em 2020, mas que deixou um legado inspirador. Uma mulher pequenina e franzina que irradiava boa energia, sempre em movimento, confiante em si e na vida, que acordava todos os dias e dizia a si mesma "hoje vai ser o melhor dia da minha vida!". Como não querer estar na companhia de alguém assim? Acredito que uma tarde com Tao seria o equivalente a rejuvenescer muitos anos de vida.

25
Ago21

29. um chá: edição vivos

mar

Um amigo meu criou uma espécie de lista mental das cinco pessoas do mundo inteiro com quem adoraria tomar um café e conversar acerca da vida. Quando me contou acerca desta lista e me explicou as suas opções, fiquei de imediato a refletir sobre quem seriam as pessoas que constariam na minha lista. De acordo com o meu amigo, só podem ser incluídas pessoas vivas, mas após muita reflexão e muitos nomes depois, cheguei a duas listas: a edição dos vivos e a edição dos falecidos.

Hoje vou partilhar com vocês a primeira e admito, desde já, que não fui capaz de me ficar apenas por 5 pessoas, por isso incluí, em ambas, dois convidados especiais. E além desta batotice, ainda alterei a bebida, porque odeio café, por isso, teria de ser um bom chá! 

Então, a primeira pessoa que me passou pela cabeça foi a Colleen Hoover. Já escrevi acerca do quanto a admiro, não apenas como escritora, mas como pessoa. Acho que tomar um café com a Colleen ia ser uma das experiências mais divertidas da minha vida. Se a seguirem nas redes sociais, conseguem facilmente perceber como ela é incrível.

A minha segunda pessoa seria a Esther Perel. Também já a referi num ou outro texto por aqui e não é à toa. A Esther Perel é uma das minhas maiores referências, não apenas na área da psicologia (mais concretamente na área conjugal). É uma mulher super interessante e segura de si, as suas palestras deixam-me sempre rendida não só pela informação que partilha, mas pela confiança com que o faz. Admiro-a imenso e ao seu trabalho, por isso, consigo imaginar-me a passar horas a conversar com ela. 

Ainda na secção das mulheres, a Sarah Blondin tem um lugar obrigatório nesta lista. Acompanho o trabalho da Sarah através da aplicação Insight Timer e as suas meditações são algo para o qual creio ainda não existirem as palavras certas para definir. São mais do que uma paz imediata; são poesia pura. A alma da Sarah está espelhada no modo como escreve e nos guia nas suas meditações e é uma alma boa, cheia de luz e serenidade. Sempre que me sinto menos bem, as suas palavras confortam-me e adoraria conhecê-la melhor, a sua história e percurso.  

 

Não posso não referir aquele que é não apenas um dos meus escritores favoritos de todo o sempre, mas também uma das minhas maiores inspirações e referências na área da psicoterapia. Sim, falo do grande, gigante, enorme Irvin Yalom. Daria tudo para ter a oportunidade de o conhecer e lhe dizer, pessoalmente, o quanto me inspirou ao longo do meu percurso, não só como estudante, mas essencialmente como pessoa. Consigo reler e reler os seus livros, sem nunca me cansar. O Yalom não é apenas um psicoterapeuta extraordinário como também é um contador de histórias maravilhoso e ler sobre os seus casos clínicos é a certeza de que o paraíso existe e muitas vezes é um lugar aqui na terra. 

 

A minha próxima referência poderá ser considerada batotice, mas não é possível escolher apenas um deles porque eles, para mim, sempre funcionaram como um organismo único, em que é a existência das diferentes partes que forma um todo espetacular. Refiro-me ao cast de friends. Sentados no icónico sofá laranja do Central Perk, sei que me divertiria muito a tomar café com o Ross, o Chandler, o Joey, a Phoebe, a Monica e a Rachel. Estas seis personagens fazem parte da minha vida há muito tempo e por mais louco que isto possa parecer, ao fim de tantas temporadas vistas e revistas vezes sem conta, sinto-os como amigos. Por isso, a sua presença nesta lista é imperativa.

Chegamos ao apêndice inventado por mim, onde selecionei mais duas pessoas como convidados especiais. Preparem-se que os dois não têm nada a ver um com o outro, aliás, não poderiam ser mais opostos.

O primeiro convidado especial seria o lendário e poderoso Axl Rose. Todos temos uma banda que marca a nossa adolescência e, em alguns casos, a nossa vida toda. A minha são os Guns and Roses. Sei que o Axl não é uma figura consensual e é mais facilmente odiado do que adorado. Para mim, no entanto, o Axl é um génio naquilo que faz e sei que muito da sua forma de estar na vida se deve ao muito que já viveu. Adoraria conhecê-lo melhor e confirmar que, por trás daquela magnitude de rock star, está alguém profundamente sensível e especial. Porque só alguém assim escreve músicas como a Estranged ou a November Rain.

(eu sei que atualmente o Axl tem 59 anos e em nada se assemelha ao Axl dos anos 80, mas vamos ficar antes com esta recordação visual)

E, por último, uma pessoa muitíssimo especial: Dalai Lama. Tenho um fascínio enorme no que diz respeito ao budismo e o Dalai Lama é uma pessoa que nunca me pareceu real, tal é a serenidade que o envolve. É como se o homem estivesse rodeado por uma bolha invisível de paz e sapiência, impermeável a qualquer mal. Adoraria ouvi-lo, estar na sua presença e ser invadida pela sua tranquilidade. 

Ainda partilharei uma outra lista, a edição dos falecidos, porque há tanta gente boa que já cá não está e que adoraria ter a oportunidade de conhecer. 

E vocês? Com quem gostariam de tomar um café/chá e passar uma boa tarde a conversar? Quem vos inspira? 

10
Ago21

17. yellow submarine

mar

Sou uma leitora compulsiva. Admito, sem qualquer pontinha de vergonha, aliás, digo-o com um imenso orgulho. Ler é um dos meus maiores prazeres, é o meu escape, é a minha terapia, é o meu interruptor para me desconectar do mundo e da realidade e embarcar, sem saber o destino, apenas desfrutando da viagem. 

Quando comecei a ler o "Tudo o que nunca fomos", de Alice Kellen, soube de imediato que o livro iria terminar num cliffhanger, o que significaria que seria urgente e imperativo ler o segundo livro de seguida, o "Tudo o que somos juntos". Ora, acontece que, apesar do nome, Alice Kellen é uma escritora espanhola (e não inglesa, como julguei), logo, os seus livros apenas existem em espanhol e em português apenas temos ainda disponível o "Tudo o que nunca fomos". 

Habituei-me a ler em inglês, porque, por norma, sinto que no processo de tradução se perde alguma riqueza da escrita original. Já li os mesmos autores traduzidos e na sua língua original e creio que na segunda opção a leitura flui, parece mais natural e envolvente. Com este livro, como não foi possível, fiquei-me pela leitura em português, o que não me desiludiu de todo, mas creio que tal se poderá dever ao facto de a escritora ser espanhola e, deste modo, o processo de tradução não se desviou muito, uma vez que tanto o espanhol como o português são línguas de origem latina. 

O "Tudo o que nunca fomos" não é paixão à primeira página, mas é um amor que vai crescendo, lentamente, e que nos apanha de surpresa a dado momento, em que não conseguimos parar de ler e querer saber mais e mais. O livro, na minha opinião, é crescente, vai ganhando força e ritmo, oferecendo alguns capítulos que são tão bonitos e intensos que me fizeram estremecer, como o capítulo da tela branca que Axel pinta (e mais não digo porque não quero nada ser spoiler!). É uma história que, pela sua premissa, não é nada de novo ou extraordinário, mas, se pensarmos bem, já nenhum plot consegue sê-lo. Mas conquista-nos pelas suas personagens, neste caso duas em especial, Leah e Axel. É em torno destas duas peças que gira toda a trama e o desenvolvimento, quer de uma quer de outra, está muito bem desenhado. Não são personagens perfeitas, felizmente!, e têm tantas nuances e peculiaridades, que as torna tão reais e próximas do leitor. A dado momento já conhecia tão bem Axel que sabia exatamente como ele iria reagir ou sabia o que Leah iria dizer. Esta familiaridade e proximidade com as personagens é algo que eu, enquanto leitora, aprecio muito. Porque quando termino a leitura, as personagens continuam comigo e foi muito curioso o modo como, à medida que ia lendo, as palavras de Axel ou os comportamentos de Leah me surgiam no pensamento no decorrer do meu dia e me inspiravam. 

Porque este livro, acima de tudo, inspira-nos. A viver, a enfrentar as coisas com coragem, a acreditar, a parar, respirar, apreciar e agradecer. E a amar. Sem limites, sem barreiras, sem medos. É um livro que começa cinzento mas que se enche e transforma cheio de cor, energia, poesia, mensagens sublimes e profundas, com detalhes que gostei tanto. Nunca mais ouvirei a Yellow Submarine dos Beatles da mesma forma. Ou a Let it Be. Esta história apura todos os nossos sentidos, desperta-nos, faz-nos ficar atentos e alerta para a riqueza de estímulos que existem à nossa volta, a cada instante. Até porque num instante tudo pode mudar e jamais torna a ser igual. 

 

Recomendo mesmo muito, muito, muito este livro. Estou tão ansiosa por ler este livro que até enviei email à Editoral Presença para saber quando será publicada a segunda parte. Foram tão queridos que me responderam que, se tudo correr conforme previsto, dia 15 de setembro será publicado :) Por isso, que comece o countdown e, quem ainda não leu, não perca a oportunidade!

 

03
Ago21

11. Colleen Hoover

mar

A Colleen Hoover é a minha paixão literária. Existem muitos outros escritores que leio apaixonadamente, mas com a Colleen é uma relação especial, em que não há nada que esta não escreva que eu não tenha a urgência de ler de imediato. Exemplo disso é o o facto de ter anunciado a data do lançamento do seu novo livro (Reminders of Him) e eu já estar em sofrimento até ser dia 18 de janeiro de 2022. Em sofrimento e tentada a comprar o livro em pré-venda para assegurar que assim que for publicado, eu o terei nas minhas mãos. 

O nome deste blog deve-se a Colleen, mais concretamente, ao seu livro It Ends with Us. Que, by the way, aconselho e recomendo com todas as células do meu corpo. Neste livro, as personagens principais partilham este lema de vida - just keep swimming - e eu, com base naquilo que vivi nestes 27 anos de vida, juntei-me ao clube e fiz deste lema o meu também. Pareceu-me o nome perfeito para um espaço onde pretendo depositar todos meus pensamentos e ideias. 

Os livros da Colleen (sim, eu até me refiro a ela apenas pelo primeiro nome como se tivessemos uma relação de amizade) não são apenas imensamente bem escritos. São envolventes desde a primeira palavra e surpreendentes até à última. Apaixonamo-nos pelas personagens, torcemos por elas e sofremos com elas. Quando o livro termina, segue-se uma sensação de vazio e um desejo de mais, de querer prolongar aquela história e saber um pouco mais daquelas pessoas, que são mera fantasia, mas parecem tão reais e próximas. 

E, depois, a escritora em si. A pessoa por detrás da obra. Quem segue as suas publicações no Instagram ou Facebook, rapidamente se apercebe de que Colleen é hilariante, tem um sentido de humor para além de espetacular e a relação com a família é adorável e admirável. Humilde, despretensiosa, acho a Colleen uma pessoa super positiva e grata, que se dedica a fazer o que mais gosta - escrever - e sabe a sorte que tem por ter a oportunidade de o fazer. Não me esqueço de uma expressão sua, que ecoa muitas vezes na minha mente quando dou por mim a perder-me em discursos de queixume: a Colleen descreve-se como a pessoa que não vê o copo meio vazio, nem meio cheio, mas como a pessoa que simplesmente fica feliz por ter um copo

Não há nada que escreva, que não seja brilhante ou bem feito. O seu estilo primordial é o romance, mas já escreveu géneros como paranormal (Layla) e thriller (Verity) e arrasou. Sei que estou a ter o meu momento fan girl, mas se há coisa que me dá gosto partilhar são livros e escritores. Inúmeras vezes descubro autores novos e livros incríveis por mero acaso em blogues, no GoodReads, e fico muito feliz se alguém passar por aqui, ficar curioso, for descobrir a vasta obra da Colleen Hoover e se deliciar. É serviço público! :)