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just keep swimming

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27
Set21

51. VH1

mar

Foi com muita tristeza que descobri que o VH1 se extinguiu para dar lugar à MTV 00's. No secundário, foram muitas as tardes de sábado que passei a estudar na companhia da VH1. Passava um programa que iniciava ao início da tarde e só terminava às 20h00, que era uma espécie de countdown das melhores 50 músicas de todos os tempos ou melhores músicas de rock (ou outros estilos), e quando o programa terminava, era quando se conhecia as três músicas do pódio.

Enquanto estudava, ouvia música e foi assim que descobri muitas bandas e músicas. Lembro-me de anotar o nome no meu caderno, para mais tarde ir pesquisar e tornar a ouvir. Quando passava alguma música de uma das minhas bandas favoritas, a alegria era imensa e era a pausa do estudo perfeita.

É a evidência de que as coisas estão sempre a mudar e que rapidamente se tornam passado e, assim, memórias. Vou sentir saudades e fico triste se o novo canal apenas passar músicas de 2000 para a frente, porque a grande e boa música, é muito mais antiga do que os últimos vinte anos. 
24
Set21

50. Tudo o que somos juntos

mar

“Havia alguma coisa que me ligava a ela. Acho que é essa a magia da literatura, da música, da pintura, de qualquer modo de expressão artística: encontrarmo-nos a nós próprios naquilo que outra pessoa criou.”

O Tudo o que Somos Juntos demorou a chegar, mas valeu a pena cada minuto de espera. Ainda não me tinha pronunciado sobre o fim da história de Axel e Leah, porque, honestamente, não consigo reunir as palavras certas nem as suficientes de modo a dignificar o quão incrível esta experiência foi e significou para mim.

O primeiro livro foi bom, muito bom, mas este conseguiu ser mil vezes melhor. O salto gigante que as personagens de Axel e Leah deram, os encontros e desencontros que a sua relação sofreu e o modo, mais uma vez, como a cor, a música, os cheiros, enfim, todos os estímulos possíveis, abraçam as palavras e chegam até nós, leitores, como se aquilo que estamos a ler não são apenas letras compiladas umas nas outras, mas sim uma outra experiência, maior, mais intensa, mais profunda, mais tudo. Eu sinto que este livro é arte, transpira arte por todo o lado. E é mágico. E profundamente bonito. E sensível, delicado, arrebatador. E inspirador. 

“Supongo que no todas las historias son una línea recta, algunas están llenas de curvas y a veces no sabes qué vas a encontrar cuando tomas cada giro. Hay tramos más difíciles, esos en los que cuesta caminar, cuando te rompes y debes llevar la carga de los pedazos en las manos. Pero todo pasa. Aprendes a avanzar y a limar las aristas de esos errores que pesan. También aprendes a desprenderte de aquello que un día te aportó y ya no. O que las cicatrices son historias y que, en ocasiones, no hay que esforzarse en taparlas, sino en tener el valor de mostrarlas con orgullo, las que siguen quemando y las que superaste.”

Foi um final lindo, foi a jornada perfeita. O amor é mesmo a força mais poderosa e transformadora do mundo. 

“Ese día, mientras nos dibujábamos, me di cuenta de que hay palabras que son besos y hay miradas que son palabras"

E a Yellow Submarine vai sempre lembrar-me de Axel e Leah. Assim como a Let it Be. 

“Hay sonrisas que esconden verdades. Que hay tardes cualesquiera que se convierten en recuerdos importantes. Que los momentos determinantes ocurren cuando menos te lo esperas. Que el encanto de la vida reside en ese algo impredecible"

 

23
Set21

48. it's never over

mar

Estou a ler (e a amar) o Before We Were Strangers da Renée Carlino, escritora que estou a conhecer pela primeira vez e, até agora, me tem surpreendido muito pela positiva. Estou completamente envolvida e absorvida nesta história e, como sempre, nas personagens. Acho que para mim o elemento que me faz apaixonar são sempre as personagens, as suas características, os seus percursos, as relações que criam entre si e o modo como se desenvolvem e transformam. Duas personagens bem construídas (muitas vezes até apenas uma!), fazem um livro, como Before We Were Strangers tão bem ilustra. 

Em Grace, uma das protagonistas, encontro muito de mim, de várias versões do meu "eu". Algumas mais recentes, outras passadas, mas é curioso como esta personagem parece uma compilação dos diferentes traços da minha pessoa ao longo destes 27 anos de vida. Desde as coisas simples, como amar Jeff Buckley (Lover, You Should've Come Over é a minha música favorita de todo o sempre, não há hipótese, sempre que os primeiros acordes começam, o meu coração contraí com mais força e tudo em mim paralisa), às mais complexas e imperfeitas como a dificuldade em ser vulnerável, em dizer aquilo que vai dentro de mim e a ânsia de querer sempre controlar o modo como as coisas vão acontecer.
Mas não é apenas Grace que me faz olhar ao espelho; é também a relação que cria com Matt, que me faz, inevitavelmente, viajar aos primeiros anos da minha relação. Aquela intensidade, a descoberta de um amor maior, gigante, que parecia ser demasiado para ocupar os limites do meu corpo e, como tal, transbordava, deixando um rasto por onde quer que eu passasse. O modo como me entreguei, como deixei a vida fluir, como peguei no meu coração, embrulhei e o ofereci ao meu namorado, sempre com medo que ele o fosse quebrar mas, ao mesmo tempo, confiante de que estava entregue nas mãos de alguém que olhava para mim como se eu fosse o sol, o mar, o céu azul e a natureza toda no seu esplendor mais bonito. 
A relação de Grace e Matt não é perfeita, assim como nenhuma alguma vez é, e as suas imperfeições relembram-me as nossas, por serem tão semelhantes. A dificuldade que sempre senti em abrir-me por completo e permitir-me ser vulnerável, expressar aquilo que me doía, o que não gostava e o meu namorado, do outro lado, sempre num exercício de paciência e resiliência, a tentar interpretar os meus silêncios e arrancar-me as palavras, em intermináveis jogos do sério, a ver quem cedia primeiro. O que esteve em causa nunca foi a confiança nele, mas sim a confiança em mim mesma e no meu valor enquanto pessoa. O acreditar, ainda que erradamente, de não ter direito a sentir determinados sentimentos; a censura de alguns pensamentos e a proibição de sentir e pensar tudo aquilo que poderia por em causa o sentimento dele por mim, acreditando que ao ver o meu lado mau, o bom não seria suficiente para compensar e, inevitavelmente, tudo quebraria. 
Mas só podemos amar alguém quando aceitamos tudo acerca de si, seja o bom, seja o mau. E isso é válido quando falamos acerca do amor que sentimos pelo outro, mas também pelo que sentimos por nós próprios. Quando temos liberdade para nos expressarmos e sermos quem somos, quando o outro nos permite esse espaço, nos respeita incondicionalmente nesse esforço contínuo de nos pormos no mundo tal e qual como somos, sabemos que é amor. E foi isso que nos aconteceu. Ele ensinou-me a dar pequenos passos em direção à aceitação, fez-me compreender que não ia a lado nenhum por eu ser quem sou e que esse núcleo, cheio de coisas boas e imperfeições, é o que o faz ficar bem perto e junto de mim. Eu alimentei-me dessa verdade e fui despindo todas as camadas que outrora construí, até que no final fiquei eu, apenas eu, exposta e vulnerável, com tudo aquilo que sou e trago comigo. E ele viu, apreciou, abraçou-me num daqueles abraços que valem mais do que mil palavras e que têm o poder de dizer tudo, sem ser necessário proferir um som ou verbalizar uma palavra. 
E é tudo isto que encontro quando me perco na leitura da história de Grace e Matt. Os seus encontros e desencontros, o modo como, por vezes, a vida se intromete no caminho, mas como aquilo que tem de ser encontra sempre o seu rumo. Como o amor nos transforma, nos fortalece e nos faz acreditar que tudo é possível. 
Ainda não terminei e estou naquele sentimento ambivalente, alternando entre o desejo e a ânsia de ler o livro até ao fim e a calma e prazer de saboreá-lo, aproveitando ao máximo estas personagens, a quem me vai custar dizer adeus. Estou a torcer, a rezar mesmo, para que este livro não me parta o coração. E, nos entretantos, perco-me a ouvir Jeff Buckley,  sabendo que não tornarei a ouvir uma canção sua sem pensar nesta história ... e, inevitavelmente, na minha, nossa. 
 

Sometimes a man gets carried away,
When he feels like he should be having his fun
Much too blind to see the damage he's done
Sometimes a man must awake to find that, really,
He has no-one...
So I'll wait for you... And I'll burn
Will I ever see your sweet return?
Oh, will I ever learn?
Oh, Lover, you should've come over
'Cause it's not too late.

 

25
Ago21

31. um chá: edição falecidos

mar

Após o chá das cinco dos vivos, apresento-vos agora a lista do chá com a eternidade, as escolhas daqueles que infelizmente já cá não estão, na edição dos falecidos. 

A primeira escolha é para os geeks, nerds, o que quiserem chamar, da malta da área da psicologia. E não, não estou a falar de Freud. Honestamente, acho que até teria algum receio de tomar chá com o caríssimo Sigmund, pois provavelmente estaria o tempo todo a analisar os meus atos falhados que, infelizmente, não são poucos. Refiro-me a Michael Mahoney, para mim um dos melhores psicoterapeutas da história. A obra constructive psychotherapy é um dos livros da minha vida e já perdi a conta ao número de vezes que a li e reli. Mahoney inspira-me não só como profissional, mas como pessoa. Há uma esperança e motivação que trespassam das suas palavras para a vida real que me fazem querer sempre ser mais e melhor. Algo que me causa estranheza quando penso na forma como deixou este mundo. Tenho a certeza que uma tarde passada a conversar com Mahoney seria como ganhar o euromilhões. 

Depois, não há como não escolher Martin Luther King Jr.. Desde que me lembro de ser uma pessoa pensante sempre me senti, simultaneamente, fascinada e aterrorizada pela segregação racista. Aterrorizada por aquilo que somos capazes de fazer uns aos outros, sem qualquer remorso ou peso na consciência, muitas vezes até crentes de que estamos certos e somos seres de valor moral superior. Ao mesmo tempo, fascinada pelo modo como, sem violência, os negros foram capazes de lutar pelos seus direitos e transmitiram a sua mensagem. É preciso ser-se muito nobre, grande, gigante para não recorrer às mesmas armas e optar pelo caminho da paz e amor perante o ódio e a violência. Adoraria conversar com Martin Luther King Jr. e ouvi-lo falar da sua jornada, dos seus valores e ideais. Claro que existem muitos outros como Nelson Mandela, por exemplo, mas não posso fazer mais batota, por isso opto por aquele que é a figura que, desde pequena, me inspira no que diz respeito à tolerância e a não fazer aos outros aquilo que não gostamos que nos façam a nós. 

De seguida, duas mulheres da área da música que o mundo perdeu cedo demais e que tinham tanto de talento como de insegurança. É impressionante como podemos ser tão bons, mas se não acreditarmos nisso, nunca nos sentimos dessa forma, por mais que os outros nos veja desse modo. Falo de Janis Joplin e Amy Winehouse. São de duas gerações completamente diferentes, mas sempre as achei tão parecidas no que diz respeito à sua psique. Depois de ver o documentário Little Girl Blue e o Amy (ambos vivamente recomendados) só senti vontade de as abraçar e dizer "meninas, vocês são incríveis, não deixem que ninguém vos convença do contrário e vos faça sentir que são menos do que isso!". Por isso, eu adorava ter a oportunidade de me juntar com estas duas mulheres que tanto admiro e poder dizer-lhes abertamente o quão épicas e inesquecíveis são. Depois pedia para cantarem para mim claro: a Janis podia cantar-me a Maybe e a Little Girl Blue e a Amy poderia cantar a You Sent Me Flying e a Help Yourself. Agora que penso, quão incrível seria estas duas se conhecerem? 

Ainda no universo musical, tenho mesmo de convocar o Jim Morrison para um chá. Para mim, as letras dos The Doors são poesia pura e eu adoraria conversar sobre isso com Jim. Adoraria ter a oportunidade de o conhecer, ele que foi uma figura tão carismática e única, embora ao mesmo tempo tão insegura, ao ponto de precisar de cantar de costas para não encarar o público. Seria uma tarde inesquecível, não tenho dúvidas.

Como convidados especiais, duas pessoas inspiradoras. A primeira, mais um nome da psicologia, o enorme Carl Rogers. Tornar-se pessoa é mais um dos livros que me marcou e transformou radicalmente a minha forma de estar na vida. A ideia de que estamos em constante processo de mudança, que estamos constantemente a tornar-nos, libertou-me de muitas crenças nada positivas. Rogers é luz, é esperança, é conforto, é aceitação, é acreditar que podemos tudo. Por algum motivo foi o criador da corrente humanista, aquela que vê o outro como ele é, que o aceita, que o acolhe e acredita profundamente no seu potencial.

A segunda, Tao Porchon-Lynch, a mais antiga professora de yoga, que faleceu recentemente, em 2020, mas que deixou um legado inspirador. Uma mulher pequenina e franzina que irradiava boa energia, sempre em movimento, confiante em si e na vida, que acordava todos os dias e dizia a si mesma "hoje vai ser o melhor dia da minha vida!". Como não querer estar na companhia de alguém assim? Acredito que uma tarde com Tao seria o equivalente a rejuvenescer muitos anos de vida.

10
Ago21

17. yellow submarine

mar

Sou uma leitora compulsiva. Admito, sem qualquer pontinha de vergonha, aliás, digo-o com um imenso orgulho. Ler é um dos meus maiores prazeres, é o meu escape, é a minha terapia, é o meu interruptor para me desconectar do mundo e da realidade e embarcar, sem saber o destino, apenas desfrutando da viagem. 

Quando comecei a ler o "Tudo o que nunca fomos", de Alice Kellen, soube de imediato que o livro iria terminar num cliffhanger, o que significaria que seria urgente e imperativo ler o segundo livro de seguida, o "Tudo o que somos juntos". Ora, acontece que, apesar do nome, Alice Kellen é uma escritora espanhola (e não inglesa, como julguei), logo, os seus livros apenas existem em espanhol e em português apenas temos ainda disponível o "Tudo o que nunca fomos". 

Habituei-me a ler em inglês, porque, por norma, sinto que no processo de tradução se perde alguma riqueza da escrita original. Já li os mesmos autores traduzidos e na sua língua original e creio que na segunda opção a leitura flui, parece mais natural e envolvente. Com este livro, como não foi possível, fiquei-me pela leitura em português, o que não me desiludiu de todo, mas creio que tal se poderá dever ao facto de a escritora ser espanhola e, deste modo, o processo de tradução não se desviou muito, uma vez que tanto o espanhol como o português são línguas de origem latina. 

O "Tudo o que nunca fomos" não é paixão à primeira página, mas é um amor que vai crescendo, lentamente, e que nos apanha de surpresa a dado momento, em que não conseguimos parar de ler e querer saber mais e mais. O livro, na minha opinião, é crescente, vai ganhando força e ritmo, oferecendo alguns capítulos que são tão bonitos e intensos que me fizeram estremecer, como o capítulo da tela branca que Axel pinta (e mais não digo porque não quero nada ser spoiler!). É uma história que, pela sua premissa, não é nada de novo ou extraordinário, mas, se pensarmos bem, já nenhum plot consegue sê-lo. Mas conquista-nos pelas suas personagens, neste caso duas em especial, Leah e Axel. É em torno destas duas peças que gira toda a trama e o desenvolvimento, quer de uma quer de outra, está muito bem desenhado. Não são personagens perfeitas, felizmente!, e têm tantas nuances e peculiaridades, que as torna tão reais e próximas do leitor. A dado momento já conhecia tão bem Axel que sabia exatamente como ele iria reagir ou sabia o que Leah iria dizer. Esta familiaridade e proximidade com as personagens é algo que eu, enquanto leitora, aprecio muito. Porque quando termino a leitura, as personagens continuam comigo e foi muito curioso o modo como, à medida que ia lendo, as palavras de Axel ou os comportamentos de Leah me surgiam no pensamento no decorrer do meu dia e me inspiravam. 

Porque este livro, acima de tudo, inspira-nos. A viver, a enfrentar as coisas com coragem, a acreditar, a parar, respirar, apreciar e agradecer. E a amar. Sem limites, sem barreiras, sem medos. É um livro que começa cinzento mas que se enche e transforma cheio de cor, energia, poesia, mensagens sublimes e profundas, com detalhes que gostei tanto. Nunca mais ouvirei a Yellow Submarine dos Beatles da mesma forma. Ou a Let it Be. Esta história apura todos os nossos sentidos, desperta-nos, faz-nos ficar atentos e alerta para a riqueza de estímulos que existem à nossa volta, a cada instante. Até porque num instante tudo pode mudar e jamais torna a ser igual. 

 

Recomendo mesmo muito, muito, muito este livro. Estou tão ansiosa por ler este livro que até enviei email à Editoral Presença para saber quando será publicada a segunda parte. Foram tão queridos que me responderam que, se tudo correr conforme previsto, dia 15 de setembro será publicado :) Por isso, que comece o countdown e, quem ainda não leu, não perca a oportunidade!

 

09
Ago21

16. serendipity

mar

Não sendo aquilo que se pode considerar uma fã de Taylor Swift, não consigo não partilhar a mais recente descoberta que tem estado a tocar em loop cá em casa. Falo da música feita em colaboração com Bon Iver, Exile, que é simplesmente linda comovente. As saudades que eu tinha de descobrir uma música nova, ao acaso, e me apaixonar perdidamente por ela. E eu sei que a música nem sequer é recente, mas por norma só ouço música de defuntos e quando descubro "novas" músicas, sou só eu que as considero novas, porque mais ninguém vive na mesma gruta que eu!

I think I've seen this film before
And I didn't like the ending
You're not my homeland anymore
So what am I defending now?
You were my town
Now I'm in exile seein' you out
I think I've seen this film before
So I'm leaving out the side door

 

 

29
Jul21

3. Melofilia

mar

Durante muitos anos, considerei que rock era o meu estilo de música. Vivi uma adolescência de phones nos ouvidos, com vozes estridentes e riffs de guitarras a bombar a todas as horas. Mais do que gostar de rock, eu sentia que toda a minha personalidade se alinhava com o estilo. Era uma expressão de quem eu era: explosiva, intensa, incontrolável. Isso associado aos meus caracóis fartos e ao meu estilo calça de ganga, tshirt e all stars post mortem permitiu-me construir uma identidade. Passava horas não só a ouvir música, mas também a ler sobre música. Tinha um fascínio gigante por ler letras de músicas e estuda-las, tentar compreender os significados escondidos, as referências, as métricas. Lia igualmente sobre as histórias de vida dos músicos que admirava e sentia-me inspirada a ser eu mesma. Claro que estava a viver a adolescência pura e dura, naquela época tudo isto tinha uma importância gigantesca na minha vida e levava muito a sério as minhas convicções. Cheguei a ter discussões acesas por temas tão sérios e importantes (só que não!) como ser team Axl ou team Slash. By the way, team Axl até ao fim!

Hoje, já numa outra fase, alguns anos volvidos, percebo que sou do mais eclético que existe no que diz respeito a música. Gosto um pouco de tudo, acho que há um momento para ouvir toda a música. Aliás, há momentos que exigem, por si só, um determinado estilo de música e apenas nesse contexto só esse tipo de música faz sentido. Sim, estou a referir-me aos Dança Kuduro típicos dos casamentos, que adoro, embora não perceba nadinha daquela coreografia e vá sempre para a esquerda quando é para ir para a direita, para a frente quando é para ir para trás, e bato sempre contra toda a gente. Estou a referir-me a um bom jazz quando estou a trabalhar e apenas quero ouvir instrumentos. Um bom pop quando estou no carro, a caminho do trabalho, para cantar e espantar todos os males! Um concerto de música clássica leva-me às lágrimas, de tanta emoção que provoca em mim. O rock liberta-me e faz-me sentir corajosa e capaz de tudo. Há a música de conforto, a música que embala a tristeza, a música que nos eleva o astral (para mim, Natiruts faz isso na perfeição), a música que nos esmaga pela sua beleza, a música que nos faz abanar o capacete e faz tão bem à alma e até a música para ouvir enquanto se passa a ferro ou lava a casa de banho. 

Felizmente existe uma variedade imensa de estilos, bandas, artistas e músicas para cada momento e situação, para nos perdermos e, outras vezes, nos encontrarmos. Há espaço para tudo e todos e isso é maravilhoso. 

29
Jul21

1. Intro

mar

Criar um blog é uma daquelas ideias que me passa pela cabeça, pelo menos, uma vez por semana. "É hoje!" digo a mim mesma, mas depois acabo por priorizar outras coisas e esta ideia e desejo ficam sempre de lado.
Há pouco, enquanto ouvia a Torna a Casa dos Maneskin, dei comigo a pensar que é uma música genial e que gostava de o partilhar. Não com alguém em especial, simplesmente dizer ao mundo "ouçam esta música, é linda!". E quem fala de música, fala de livros, opiniões, citações, lugares, experiências. A vontade de partilhar, o gosto de escrever e de ter um espaço onde estes desejos se unem levou-me a, finalmente, avançar e criar este blog.
Sempre fui a amiga chata que não se cansava de falar de música e filmes, que partilhava as curiosidades mais aleatórias, as citações que não lembravam nem ao menino Jesus. Felizmente estive sempre rodeada de pessoas com paciência para me atuarem e que partilham os mesmos interesses, fazendo-me sempre sentir ouvida, compreendida e aceite. Mas a malta cresce e começamos a conversar mais sobre as chatices do trabalho do que sobre as coisas boas da vida. Assim, vejo este espaço como uma espécie de diário aberto ao mundo, onde vou partilhar tudo que me apetecer, ao mesmo tempo que faço uma das coisas que mais amo: escrever.
Sejam muito bem-vindos, hoje e sempre! :)

Nota: E ouçam a Torna a casa. Vale muitíssimo a pena!

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