“You can’t re-create the first time you promise to love someone or the first time you feel loved by another. You cannot relive the sensation of fear, admiration, self-consciousness, passion, and desire all mixed into one because it never happens twice. You chase it like the first high for the rest of your life. It doesn’t mean you can’t love another or move on; it just means that the one spontaneous moment, the split second that you took the leap, when your heart was racing and your mind was muddled with What ifs?—that moment—will never happen the same way again. It will never feel as intense as the first time. At least, that’s the way I remember it. That’s why my mother always said we memorialize our past. Everything seems better in a memory.”
“The present is our own. The right-this-second, the here-and-now, this moment before the next, is ours for the taking. It’s the only free gift the universe has to offer. The past doesn’t belong to us anymore, and the future is just a fantasy, never guaranteed. But the present is ours to own. The only way we can realize that fantasy is if we embrace the now.”
“And in that moment, you realize how little control you have over your own destiny. From the time you're born, you have no control; you can't choose your parents, and, unless you're suicidal, you can't choose your death. The only thing you can do is choose the person you love, be kind to others, and make your brutally short stint on earth as pleasant as possible.”
“Poetry is just evidence of life. If your life is burning well, poetry is just the ash.”
“human element about this place can make you fall in love and break your heart at the same time. When you hear her sound, when you breathe in her scent, you share it with all the people walking beside you on the street, in the subway, or gazing from a tall building across Central Park. You know at once that you are alive, and that life is beautiful, precious, and fleeting.”
Estou a ler (e a amar) o Before We Were Strangers da Renée Carlino, escritora que estou a conhecer pela primeira vez e, até agora, me tem surpreendido muito pela positiva. Estou completamente envolvida e absorvida nesta história e, como sempre, nas personagens. Acho que para mim o elemento que me faz apaixonar são sempre as personagens, as suas características, os seus percursos, as relações que criam entre si e o modo como se desenvolvem e transformam. Duas personagens bem construídas (muitas vezes até apenas uma!), fazem um livro, como Before We Were Strangers tão bem ilustra.
Em Grace, uma das protagonistas, encontro muito de mim, de várias versões do meu "eu". Algumas mais recentes, outras passadas, mas é curioso como esta personagem parece uma compilação dos diferentes traços da minha pessoa ao longo destes 27 anos de vida. Desde as coisas simples, como amar Jeff Buckley (Lover, You Should've Come Over é a minha música favorita de todo o sempre, não há hipótese, sempre que os primeiros acordes começam, o meu coração contraí com mais força e tudo em mim paralisa), às mais complexas e imperfeitas como a dificuldade em ser vulnerável, em dizer aquilo que vai dentro de mim e a ânsia de querer sempre controlar o modo como as coisas vão acontecer.
Mas não é apenas Grace que me faz olhar ao espelho; é também a relação que cria com Matt, que me faz, inevitavelmente, viajar aos primeiros anos da minha relação. Aquela intensidade, a descoberta de um amor maior, gigante, que parecia ser demasiado para ocupar os limites do meu corpo e, como tal, transbordava, deixando um rasto por onde quer que eu passasse. O modo como me entreguei, como deixei a vida fluir, como peguei no meu coração, embrulhei e o ofereci ao meu namorado, sempre com medo que ele o fosse quebrar mas, ao mesmo tempo, confiante de que estava entregue nas mãos de alguém que olhava para mim como se eu fosse o sol, o mar, o céu azul e a natureza toda no seu esplendor mais bonito.
A relação de Grace e Matt não é perfeita, assim como nenhuma alguma vez é, e as suas imperfeições relembram-me as nossas, por serem tão semelhantes. A dificuldade que sempre senti em abrir-me por completo e permitir-me ser vulnerável, expressar aquilo que me doía, o que não gostava e o meu namorado, do outro lado, sempre num exercício de paciência e resiliência, a tentar interpretar os meus silêncios e arrancar-me as palavras, em intermináveis jogos do sério, a ver quem cedia primeiro. O que esteve em causa nunca foi a confiança nele, mas sim a confiança em mim mesma e no meu valor enquanto pessoa. O acreditar, ainda que erradamente, de não ter direito a sentir determinados sentimentos; a censura de alguns pensamentos e a proibição de sentir e pensar tudo aquilo que poderia por em causa o sentimento dele por mim, acreditando que ao ver o meu lado mau, o bom não seria suficiente para compensar e, inevitavelmente, tudo quebraria.
Mas só podemos amar alguém quando aceitamos tudo acerca de si, seja o bom, seja o mau. E isso é válido quando falamos acerca do amor que sentimos pelo outro, mas também pelo que sentimos por nós próprios. Quando temos liberdade para nos expressarmos e sermos quem somos, quando o outro nos permite esse espaço, nos respeita incondicionalmente nesse esforço contínuo de nos pormos no mundo tal e qual como somos, sabemos que é amor. E foi isso que nos aconteceu. Ele ensinou-me a dar pequenos passos em direção à aceitação, fez-me compreender que não ia a lado nenhum por eu ser quem sou e que esse núcleo, cheio de coisas boas e imperfeições, é o que o faz ficar bem perto e junto de mim. Eu alimentei-me dessa verdade e fui despindo todas as camadas que outrora construí, até que no final fiquei eu, apenas eu, exposta e vulnerável, com tudo aquilo que sou e trago comigo. E ele viu, apreciou, abraçou-me num daqueles abraços que valem mais do que mil palavras e que têm o poder de dizer tudo, sem ser necessário proferir um som ou verbalizar uma palavra.
E é tudo isto que encontro quando me perco na leitura da história de Grace e Matt. Os seus encontros e desencontros, o modo como, por vezes, a vida se intromete no caminho, mas como aquilo que tem de ser encontra sempre o seu rumo. Como o amor nos transforma, nos fortalece e nos faz acreditar que tudo é possível.
Ainda não terminei e estou naquele sentimento ambivalente, alternando entre o desejo e a ânsia de ler o livro até ao fim e a calma e prazer de saboreá-lo, aproveitando ao máximo estas personagens, a quem me vai custar dizer adeus. Estou a torcer, a rezar mesmo, para que este livro não me parta o coração. E, nos entretantos, perco-me a ouvir Jeff Buckley, sabendo que não tornarei a ouvir uma canção sua sem pensar nesta história ... e, inevitavelmente, na minha, nossa.
Sometimes a man gets carried away, When he feels like he should be having his fun Much too blind to see the damage he's done Sometimes a man must awake to find that, really, He has no-one...
So I'll wait for you... And I'll burn Will I ever see your sweet return? Oh, will I ever learn? Oh, Lover, you should've come over 'Cause it's not too late.
It is not about finding perfection in another person, it is about realizing when you come across an undeniable connection that nourishes your being and matches the type of support you are looking for. Getting lost in the idea of perfection is a hindrance. Being with someone who is committed to going through the ups and downs of life together is truly priceless.
When two people embrace their imperfections and commit to growing into better versions of themselves, it will naturally enhance the happiness they share in the relationship."