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just keep swimming

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27
Ago21

35. mercado de trabalho

mar

Volta e meia, mas com menos frequência do que aquela que deveria, faço uma pesquisa pelas vagas de emprego disponíveis na minha área de residência e terrinhas adjacentes. Quase sempre fico surpreendida e triste com aquilo que encontro disponível no mercado. Há uma enorme procura de pessoas para funções para as quais não são necessárias habilitações académicas superiores e muito pouca oferta para aqueles que têm essa formação. E acho que isto tem de nos deixar a pensar um bocadinho no rumo que o mercado de trabalho está a seguir.

Embora trabalhos como serralheiro, eletricista, torneiro mecânico, sei lá, são apenas alguns exemplos que me atravessam a mente neste momento, não exijam um determinado curso superior, exigem um enorme know-how que, normalmente, advém da experiência. O mesmo se aplica com algumas áreas industriais e fabris: é frequente os operadores de chão de fábrica terem mais conhecimento sobre as máquinas do que os ditos engenheiros mecânicos e eletrotécnicos, porque são os primeiros que estão todos os dias no terreno, com as mãos na massa, a desvendar as manhas e enigmas das máquinas. No entanto, muitos deles não tiraram nenhum curso, aprenderam com a experiência. O que quero dizer com isto é que não se pode desvalorizar as pessoas sem formação académica superior e achar que não ter um curso superior faz delas inferiores. O mercado de trabalho atual é a prova disso, porque existe uma enorme procura e uma escassa oferta destes profissionais.

Por sua vez, na situação oposta, os académicos, recém-licenciados, mestres e até doutorados, passam dias a fio a enviar currículos espontaneamente na esperança de que alguém os chame para uma entrevista e, no limite, lhes ofereça um estágio profissional. Tiraram um curso, especializaram-se, fizeram três cursos de línguas diferentes e, pelo meio, ainda ajudaram em algumas associações de voluntariado. A maioria até teve a oportunidade de estudar um semestre noutro país e muitos estiveram à frente de projetos académicos exigentes e muito dignos. No entanto, na hora de entrar no mercado de trabalho, são apenas mais um. Não há qualquer diferenciação quando toda a gente à nossa volta tem um curso e, aparentemente, tem o mesmo para oferecer.

Sei que estou a ser muito redutora no meu raciocínio, porque é certo que não partimos todos do mesmo ponto de partida e que duas pessoas com um currículo exatamente igual são seguramente diferentes a trabalhar e podem trazer diferentes mais-valias a uma empresa. Mas estou a tentar traçar o retrato do nosso mercado profissional atual: todos os anos se formam milhares de jovens num país que, infelizmente, não tem espaço para abraçar todos.

Se, por um lado, é uma conquista a educação estar cada vez mais acessível a toda a população, por outro lado, questiono-me se não se deveria refletir acerca do ensino superior e rever os diferentes cursos e o número de vagas dos mesmos. Sei que a solução não deveria passar por cortar as oportunidades de formação, mas sim ampliar as oportunidades de trabalho. É verdade, esse seria o cenário ideal e eu espero, honestamente, que caminhemos nessa direção, mas à luz daquele que é o cenário atual, creio que se torna necessário refletir se não estamos a tornar-nos numa fábrica de licenciados, mestres e doutorados que depois não podem aplicar os conhecimentos que adquiriram através de um investimento contínuo e exigente. É, no mínimo, injusto. E por mais que eu seja a favor da máxima de que o conhecimento não ocupa lugar, não posso ser lírica e crer que todas as pessoas que seguem à universidade vão com a única expectativa de alargarem os seus conhecimentos. Isso deverá ser uma pequena fatia da população que ingressa na faculdade; a maioria vai com um plano de carreira, vai para se formar numa área e, posteriormente, trabalhar nela e construir a sua vida.

No meu caso pessoal, optei por tirar o curso de psicologia, na altura completamente alheia à realidade do que era a psicologia em Portugal. Tinha 18 aninhos feitos há pouco tempo, mais dúvidas do que certezas, e segui a única área que achei que poderia gostar. Não me enganei, adorei o curso e se pudesse passaria a minha vida a investir em formação e pós-graduações dentro desta área. Mas quando cheguei ao fim de cinco anos, além de um mestrado na mão, não tinha qualquer perspetiva de oportunidade de trabalho. Aliás, para dificultar um pouco mais a situação, no caso particular da psicologia, ainda tinha a obrigatoriedade de fazer um estágio profissional para a Ordem dos Psicólogos para poder exercer. Mas isto é um outro assunto, que fica para um outro post. O que quero dizer é que hoje trabalho numa área diferente daquela na qual me formei (apenas faço alguns trabalhos na minha área), porque foi onde tive oportunidade de trabalho. Um curso já não nos define como talvez, em tempos, aconteceu. E isto acontece não apenas porque nem sempre tiramos o curso que realmente se identifica connosco e o que queremos fazer, mas sobretudo porque muitas vezes somos forçados a abrir janelas quando as portas principais se fecham. Torna-se imperativo procurar outras opções quando as primeiras deixam de ser válidas.

Pensemos na realidade do curso de psicologia, que é a que conheço melhor. Há cursos no Porto, Braga, Aveiro, Covilhã, Coimbra, Lisboa, Algarve e deverão existir noutras cidades, que não conheço. Além das universidades públicas, somam-se as privadas onde o curso também é lecionado. Agora somemos a quantidade de psicólogos que se formam por ano e olhemos para a situação precária da psicologia em Portugal.

Embora sejamos dos países com maior consumo de antidepressivos e ansiolíticos, o que nos alerta para o facto de a saúde mental estar completamente marginalizada (embora a pandemia tenha vindo ajudar a que o tema se torne falado com outra postura), não temos oportunidades para estes profissionais. O serviço nacional de saúde, neste aspeto, é vergonhoso. Estive num centro de saúde a trabalhar, numa das maiores cidades deste país, e era assustadora a quantidade de processos clínicos em lista de espera. E os poucos e escassos funcionários disponíveis também não conseguiam dar resposta. O que quero dizer é que existe muito trabalho na área da saúde mental, mas não existem oportunidades, o que são coisas completamente diferentes. Há muito trabalho a fazer não só a nível corretivo/remediativo, mas também a nível preventivo. Em todos os contextos: escolas, lares, empresas, hospitais, centros de saúde; para todas as faixas etárias. Mas onde estão as oportunidades?

Sei que a criação da ordem ajudou a filtrar muitas pessoas, porque a verdade é que muitos colegas não conseguem sequer fazer o estágio profissional e ao fim de tantas tentativas, acabam por desistir e seguem por outros percursos profissionais. Não morre ninguém, é certo que a vida é reconstrução e o plano inicial traçado não tem de ser o concluído, mas também não podemos negar a tristeza que é investir numa formação, não apenas dinheiro, mas também tempo, energia e dedicação, para depois ver esse investimento cair em banca rota.

Falo da psicologia, mas, infelizmente, esta realidade é transversal a muitas outras áreas. E quando faço o que fiz ontem, que é ver as vagas disponíveis, constato que ter uma formação superior não só não assegura nenhuma oportunidade como ainda pode ser um obstáculo a seguir um percurso alternativo.

Felizmente, para aqueles que constituem o universo dos trabalhadores indiferenciados, as oportunidades vão aparecendo. No local onde trabalho, a maioria das pessoas não tem formação superior e tem um trabalho onde se sente realizada, onde conseguiu evoluir e tem uma remuneração igual ou superior à dos ditos formados. E sei que muitos destes colegas, mesmo sem o diploma, sabem tanto ou mais do que muitos académicos, pelo que fico feliz por ver o seu conhecimento e experiência serem reconhecidos. Não é isto que me causa estranheza ou tristeza; o que me deixa revolta é a situação em que se encontram os outros. Que podem saber tanto, ou mais ou menos, mas nem sequer têm uma oportunidade para o mostrar; que não são contratados porque não têm experiência e, desse modo, ficam eternamente condenados porque nunca a poderão adquirir. 

Entrei no mercado de trabalho oficialmente há quatro anos e a minha visão acerca deste universo tem variado, também em função das oscilações sentidas no próprio mercado. É apenas a minha reflexão acerca de um tema que não é nada fácil, mas que é urgente refletir acerca de. Há muitas variáveis a considerar, é preciso olhar a questão de diferentes ângulos e perspetivas e espero que a minha opinião não tenha sido demasiado obtusa e limitativa. 

E vocês? O que pensam acerca deste assunto? Como podemos, na vossa opinião, inverter este cenário?

25
Ago21

31. um chá: edição falecidos

mar

Após o chá das cinco dos vivos, apresento-vos agora a lista do chá com a eternidade, as escolhas daqueles que infelizmente já cá não estão, na edição dos falecidos. 

A primeira escolha é para os geeks, nerds, o que quiserem chamar, da malta da área da psicologia. E não, não estou a falar de Freud. Honestamente, acho que até teria algum receio de tomar chá com o caríssimo Sigmund, pois provavelmente estaria o tempo todo a analisar os meus atos falhados que, infelizmente, não são poucos. Refiro-me a Michael Mahoney, para mim um dos melhores psicoterapeutas da história. A obra constructive psychotherapy é um dos livros da minha vida e já perdi a conta ao número de vezes que a li e reli. Mahoney inspira-me não só como profissional, mas como pessoa. Há uma esperança e motivação que trespassam das suas palavras para a vida real que me fazem querer sempre ser mais e melhor. Algo que me causa estranheza quando penso na forma como deixou este mundo. Tenho a certeza que uma tarde passada a conversar com Mahoney seria como ganhar o euromilhões. 

Depois, não há como não escolher Martin Luther King Jr.. Desde que me lembro de ser uma pessoa pensante sempre me senti, simultaneamente, fascinada e aterrorizada pela segregação racista. Aterrorizada por aquilo que somos capazes de fazer uns aos outros, sem qualquer remorso ou peso na consciência, muitas vezes até crentes de que estamos certos e somos seres de valor moral superior. Ao mesmo tempo, fascinada pelo modo como, sem violência, os negros foram capazes de lutar pelos seus direitos e transmitiram a sua mensagem. É preciso ser-se muito nobre, grande, gigante para não recorrer às mesmas armas e optar pelo caminho da paz e amor perante o ódio e a violência. Adoraria conversar com Martin Luther King Jr. e ouvi-lo falar da sua jornada, dos seus valores e ideais. Claro que existem muitos outros como Nelson Mandela, por exemplo, mas não posso fazer mais batota, por isso opto por aquele que é a figura que, desde pequena, me inspira no que diz respeito à tolerância e a não fazer aos outros aquilo que não gostamos que nos façam a nós. 

De seguida, duas mulheres da área da música que o mundo perdeu cedo demais e que tinham tanto de talento como de insegurança. É impressionante como podemos ser tão bons, mas se não acreditarmos nisso, nunca nos sentimos dessa forma, por mais que os outros nos veja desse modo. Falo de Janis Joplin e Amy Winehouse. São de duas gerações completamente diferentes, mas sempre as achei tão parecidas no que diz respeito à sua psique. Depois de ver o documentário Little Girl Blue e o Amy (ambos vivamente recomendados) só senti vontade de as abraçar e dizer "meninas, vocês são incríveis, não deixem que ninguém vos convença do contrário e vos faça sentir que são menos do que isso!". Por isso, eu adorava ter a oportunidade de me juntar com estas duas mulheres que tanto admiro e poder dizer-lhes abertamente o quão épicas e inesquecíveis são. Depois pedia para cantarem para mim claro: a Janis podia cantar-me a Maybe e a Little Girl Blue e a Amy poderia cantar a You Sent Me Flying e a Help Yourself. Agora que penso, quão incrível seria estas duas se conhecerem? 

Ainda no universo musical, tenho mesmo de convocar o Jim Morrison para um chá. Para mim, as letras dos The Doors são poesia pura e eu adoraria conversar sobre isso com Jim. Adoraria ter a oportunidade de o conhecer, ele que foi uma figura tão carismática e única, embora ao mesmo tempo tão insegura, ao ponto de precisar de cantar de costas para não encarar o público. Seria uma tarde inesquecível, não tenho dúvidas.

Como convidados especiais, duas pessoas inspiradoras. A primeira, mais um nome da psicologia, o enorme Carl Rogers. Tornar-se pessoa é mais um dos livros que me marcou e transformou radicalmente a minha forma de estar na vida. A ideia de que estamos em constante processo de mudança, que estamos constantemente a tornar-nos, libertou-me de muitas crenças nada positivas. Rogers é luz, é esperança, é conforto, é aceitação, é acreditar que podemos tudo. Por algum motivo foi o criador da corrente humanista, aquela que vê o outro como ele é, que o aceita, que o acolhe e acredita profundamente no seu potencial.

A segunda, Tao Porchon-Lynch, a mais antiga professora de yoga, que faleceu recentemente, em 2020, mas que deixou um legado inspirador. Uma mulher pequenina e franzina que irradiava boa energia, sempre em movimento, confiante em si e na vida, que acordava todos os dias e dizia a si mesma "hoje vai ser o melhor dia da minha vida!". Como não querer estar na companhia de alguém assim? Acredito que uma tarde com Tao seria o equivalente a rejuvenescer muitos anos de vida.

25
Ago21

29. um chá: edição vivos

mar

Um amigo meu criou uma espécie de lista mental das cinco pessoas do mundo inteiro com quem adoraria tomar um café e conversar acerca da vida. Quando me contou acerca desta lista e me explicou as suas opções, fiquei de imediato a refletir sobre quem seriam as pessoas que constariam na minha lista. De acordo com o meu amigo, só podem ser incluídas pessoas vivas, mas após muita reflexão e muitos nomes depois, cheguei a duas listas: a edição dos vivos e a edição dos falecidos.

Hoje vou partilhar com vocês a primeira e admito, desde já, que não fui capaz de me ficar apenas por 5 pessoas, por isso incluí, em ambas, dois convidados especiais. E além desta batotice, ainda alterei a bebida, porque odeio café, por isso, teria de ser um bom chá! 

Então, a primeira pessoa que me passou pela cabeça foi a Colleen Hoover. Já escrevi acerca do quanto a admiro, não apenas como escritora, mas como pessoa. Acho que tomar um café com a Colleen ia ser uma das experiências mais divertidas da minha vida. Se a seguirem nas redes sociais, conseguem facilmente perceber como ela é incrível.

A minha segunda pessoa seria a Esther Perel. Também já a referi num ou outro texto por aqui e não é à toa. A Esther Perel é uma das minhas maiores referências, não apenas na área da psicologia (mais concretamente na área conjugal). É uma mulher super interessante e segura de si, as suas palestras deixam-me sempre rendida não só pela informação que partilha, mas pela confiança com que o faz. Admiro-a imenso e ao seu trabalho, por isso, consigo imaginar-me a passar horas a conversar com ela. 

Ainda na secção das mulheres, a Sarah Blondin tem um lugar obrigatório nesta lista. Acompanho o trabalho da Sarah através da aplicação Insight Timer e as suas meditações são algo para o qual creio ainda não existirem as palavras certas para definir. São mais do que uma paz imediata; são poesia pura. A alma da Sarah está espelhada no modo como escreve e nos guia nas suas meditações e é uma alma boa, cheia de luz e serenidade. Sempre que me sinto menos bem, as suas palavras confortam-me e adoraria conhecê-la melhor, a sua história e percurso.  

 

Não posso não referir aquele que é não apenas um dos meus escritores favoritos de todo o sempre, mas também uma das minhas maiores inspirações e referências na área da psicoterapia. Sim, falo do grande, gigante, enorme Irvin Yalom. Daria tudo para ter a oportunidade de o conhecer e lhe dizer, pessoalmente, o quanto me inspirou ao longo do meu percurso, não só como estudante, mas essencialmente como pessoa. Consigo reler e reler os seus livros, sem nunca me cansar. O Yalom não é apenas um psicoterapeuta extraordinário como também é um contador de histórias maravilhoso e ler sobre os seus casos clínicos é a certeza de que o paraíso existe e muitas vezes é um lugar aqui na terra. 

 

A minha próxima referência poderá ser considerada batotice, mas não é possível escolher apenas um deles porque eles, para mim, sempre funcionaram como um organismo único, em que é a existência das diferentes partes que forma um todo espetacular. Refiro-me ao cast de friends. Sentados no icónico sofá laranja do Central Perk, sei que me divertiria muito a tomar café com o Ross, o Chandler, o Joey, a Phoebe, a Monica e a Rachel. Estas seis personagens fazem parte da minha vida há muito tempo e por mais louco que isto possa parecer, ao fim de tantas temporadas vistas e revistas vezes sem conta, sinto-os como amigos. Por isso, a sua presença nesta lista é imperativa.

Chegamos ao apêndice inventado por mim, onde selecionei mais duas pessoas como convidados especiais. Preparem-se que os dois não têm nada a ver um com o outro, aliás, não poderiam ser mais opostos.

O primeiro convidado especial seria o lendário e poderoso Axl Rose. Todos temos uma banda que marca a nossa adolescência e, em alguns casos, a nossa vida toda. A minha são os Guns and Roses. Sei que o Axl não é uma figura consensual e é mais facilmente odiado do que adorado. Para mim, no entanto, o Axl é um génio naquilo que faz e sei que muito da sua forma de estar na vida se deve ao muito que já viveu. Adoraria conhecê-lo melhor e confirmar que, por trás daquela magnitude de rock star, está alguém profundamente sensível e especial. Porque só alguém assim escreve músicas como a Estranged ou a November Rain.

(eu sei que atualmente o Axl tem 59 anos e em nada se assemelha ao Axl dos anos 80, mas vamos ficar antes com esta recordação visual)

E, por último, uma pessoa muitíssimo especial: Dalai Lama. Tenho um fascínio enorme no que diz respeito ao budismo e o Dalai Lama é uma pessoa que nunca me pareceu real, tal é a serenidade que o envolve. É como se o homem estivesse rodeado por uma bolha invisível de paz e sapiência, impermeável a qualquer mal. Adoraria ouvi-lo, estar na sua presença e ser invadida pela sua tranquilidade. 

Ainda partilharei uma outra lista, a edição dos falecidos, porque há tanta gente boa que já cá não está e que adoraria ter a oportunidade de conhecer. 

E vocês? Com quem gostariam de tomar um café/chá e passar uma boa tarde a conversar? Quem vos inspira? 

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