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just keep swimming

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27
Set21

51. VH1

mar

Foi com muita tristeza que descobri que o VH1 se extinguiu para dar lugar à MTV 00's. No secundário, foram muitas as tardes de sábado que passei a estudar na companhia da VH1. Passava um programa que iniciava ao início da tarde e só terminava às 20h00, que era uma espécie de countdown das melhores 50 músicas de todos os tempos ou melhores músicas de rock (ou outros estilos), e quando o programa terminava, era quando se conhecia as três músicas do pódio.

Enquanto estudava, ouvia música e foi assim que descobri muitas bandas e músicas. Lembro-me de anotar o nome no meu caderno, para mais tarde ir pesquisar e tornar a ouvir. Quando passava alguma música de uma das minhas bandas favoritas, a alegria era imensa e era a pausa do estudo perfeita.

É a evidência de que as coisas estão sempre a mudar e que rapidamente se tornam passado e, assim, memórias. Vou sentir saudades e fico triste se o novo canal apenas passar músicas de 2000 para a frente, porque a grande e boa música, é muito mais antiga do que os últimos vinte anos. 
17
Set21

45. winter is coming

mar

Está uma tarde de chuva e eu, por muito estranho que possa parecer, adoro. Adoro que o outono se comece a instalar aos bocadinhos, os dias já se notam mais curtos, as noites já são frias. Sei que este ano o verão foi atípico, na minha zona praticamente não o sentimos, mas já se começa a notar a sua despedida. 

E eu adoro. Não tenho uma estação preferida, gosto de todas e o que mais adoro é a passagem de umas para as outras. Adoro assistir à renovação da natureza e ao modo perfeito como tudo se desenrola, num ritmo tão sincronizado e certo. Adoro quando os dias começam a ficar mais curtos do  mesmo modo que adoro quando estes começam a crescer e parecem infinitos. Adoro as folhas laranjas, vermelhas e castanhas como adoro quando as árvores se começam a vestir novamente de verde. Adoro os dias quentes de verão, em que o sol se torna insuportável, e os dias frios de inverno, em que mais uma camada de roupa faz sempre falta. Adoro as noites frias, os lençóis polares, os pijamas quentinhos, o dormir com três pares de meias do mesmo modo que adoro os vestidos leves, o sair de casa à noite sem precisar de casaco. Adoro as flores na primavera, os campos cheios de vida e, depois, o recolher e renovar aquando do inverno. 

Por isso, enquanto olho lá para fora e vejo a chuva a cair, constante, numa cadência perfeita, e percebo que estamos a entrar numa nova estação, não consigo evitar sentir-me feliz. É uma sensação calorosa, de conforto, de acolhimento. É perfeita para esta sexta-feira tão desejada :) 

25
Ago21

31. um chá: edição falecidos

mar

Após o chá das cinco dos vivos, apresento-vos agora a lista do chá com a eternidade, as escolhas daqueles que infelizmente já cá não estão, na edição dos falecidos. 

A primeira escolha é para os geeks, nerds, o que quiserem chamar, da malta da área da psicologia. E não, não estou a falar de Freud. Honestamente, acho que até teria algum receio de tomar chá com o caríssimo Sigmund, pois provavelmente estaria o tempo todo a analisar os meus atos falhados que, infelizmente, não são poucos. Refiro-me a Michael Mahoney, para mim um dos melhores psicoterapeutas da história. A obra constructive psychotherapy é um dos livros da minha vida e já perdi a conta ao número de vezes que a li e reli. Mahoney inspira-me não só como profissional, mas como pessoa. Há uma esperança e motivação que trespassam das suas palavras para a vida real que me fazem querer sempre ser mais e melhor. Algo que me causa estranheza quando penso na forma como deixou este mundo. Tenho a certeza que uma tarde passada a conversar com Mahoney seria como ganhar o euromilhões. 

Depois, não há como não escolher Martin Luther King Jr.. Desde que me lembro de ser uma pessoa pensante sempre me senti, simultaneamente, fascinada e aterrorizada pela segregação racista. Aterrorizada por aquilo que somos capazes de fazer uns aos outros, sem qualquer remorso ou peso na consciência, muitas vezes até crentes de que estamos certos e somos seres de valor moral superior. Ao mesmo tempo, fascinada pelo modo como, sem violência, os negros foram capazes de lutar pelos seus direitos e transmitiram a sua mensagem. É preciso ser-se muito nobre, grande, gigante para não recorrer às mesmas armas e optar pelo caminho da paz e amor perante o ódio e a violência. Adoraria conversar com Martin Luther King Jr. e ouvi-lo falar da sua jornada, dos seus valores e ideais. Claro que existem muitos outros como Nelson Mandela, por exemplo, mas não posso fazer mais batota, por isso opto por aquele que é a figura que, desde pequena, me inspira no que diz respeito à tolerância e a não fazer aos outros aquilo que não gostamos que nos façam a nós. 

De seguida, duas mulheres da área da música que o mundo perdeu cedo demais e que tinham tanto de talento como de insegurança. É impressionante como podemos ser tão bons, mas se não acreditarmos nisso, nunca nos sentimos dessa forma, por mais que os outros nos veja desse modo. Falo de Janis Joplin e Amy Winehouse. São de duas gerações completamente diferentes, mas sempre as achei tão parecidas no que diz respeito à sua psique. Depois de ver o documentário Little Girl Blue e o Amy (ambos vivamente recomendados) só senti vontade de as abraçar e dizer "meninas, vocês são incríveis, não deixem que ninguém vos convença do contrário e vos faça sentir que são menos do que isso!". Por isso, eu adorava ter a oportunidade de me juntar com estas duas mulheres que tanto admiro e poder dizer-lhes abertamente o quão épicas e inesquecíveis são. Depois pedia para cantarem para mim claro: a Janis podia cantar-me a Maybe e a Little Girl Blue e a Amy poderia cantar a You Sent Me Flying e a Help Yourself. Agora que penso, quão incrível seria estas duas se conhecerem? 

Ainda no universo musical, tenho mesmo de convocar o Jim Morrison para um chá. Para mim, as letras dos The Doors são poesia pura e eu adoraria conversar sobre isso com Jim. Adoraria ter a oportunidade de o conhecer, ele que foi uma figura tão carismática e única, embora ao mesmo tempo tão insegura, ao ponto de precisar de cantar de costas para não encarar o público. Seria uma tarde inesquecível, não tenho dúvidas.

Como convidados especiais, duas pessoas inspiradoras. A primeira, mais um nome da psicologia, o enorme Carl Rogers. Tornar-se pessoa é mais um dos livros que me marcou e transformou radicalmente a minha forma de estar na vida. A ideia de que estamos em constante processo de mudança, que estamos constantemente a tornar-nos, libertou-me de muitas crenças nada positivas. Rogers é luz, é esperança, é conforto, é aceitação, é acreditar que podemos tudo. Por algum motivo foi o criador da corrente humanista, aquela que vê o outro como ele é, que o aceita, que o acolhe e acredita profundamente no seu potencial.

A segunda, Tao Porchon-Lynch, a mais antiga professora de yoga, que faleceu recentemente, em 2020, mas que deixou um legado inspirador. Uma mulher pequenina e franzina que irradiava boa energia, sempre em movimento, confiante em si e na vida, que acordava todos os dias e dizia a si mesma "hoje vai ser o melhor dia da minha vida!". Como não querer estar na companhia de alguém assim? Acredito que uma tarde com Tao seria o equivalente a rejuvenescer muitos anos de vida.

25
Ago21

30. ódio semanal

mar

Sou só eu que abomino quartas-feiras? Ironicamente, nasci numa quarta-feira, mas não considero que seja, de todo, o meu dia da semana. Pelo contrário, é o dia que mais me custa, sinto-me encurralada entre os dois dias que já passaram e os dois que ainda faltam passar. 

É o dia do esforço mínimo. Olho-me ao espelho e pelo que vejo sei que não preciso de ir ao calendário confirmar que dia é. Por norma, é o dia em que invisto menos em arranjar-me. Visto sempre algo confortável, mas pouco elaborado e sofrido, poucos ou nenhuns acessórios e quase sempre cabelo preso. 

É o dia em que conto ainda mais os minutos para que a jornada de trabalho termine. Por exemplo, acabei de olhar para o relógio e percebi que ainda nem são 15h, o que é uma tristeza enorme, porque significa que faltam mais de 3h para ir embora. 

Enfim, há que aguentar! 

25
Ago21

29. um chá: edição vivos

mar

Um amigo meu criou uma espécie de lista mental das cinco pessoas do mundo inteiro com quem adoraria tomar um café e conversar acerca da vida. Quando me contou acerca desta lista e me explicou as suas opções, fiquei de imediato a refletir sobre quem seriam as pessoas que constariam na minha lista. De acordo com o meu amigo, só podem ser incluídas pessoas vivas, mas após muita reflexão e muitos nomes depois, cheguei a duas listas: a edição dos vivos e a edição dos falecidos.

Hoje vou partilhar com vocês a primeira e admito, desde já, que não fui capaz de me ficar apenas por 5 pessoas, por isso incluí, em ambas, dois convidados especiais. E além desta batotice, ainda alterei a bebida, porque odeio café, por isso, teria de ser um bom chá! 

Então, a primeira pessoa que me passou pela cabeça foi a Colleen Hoover. Já escrevi acerca do quanto a admiro, não apenas como escritora, mas como pessoa. Acho que tomar um café com a Colleen ia ser uma das experiências mais divertidas da minha vida. Se a seguirem nas redes sociais, conseguem facilmente perceber como ela é incrível.

A minha segunda pessoa seria a Esther Perel. Também já a referi num ou outro texto por aqui e não é à toa. A Esther Perel é uma das minhas maiores referências, não apenas na área da psicologia (mais concretamente na área conjugal). É uma mulher super interessante e segura de si, as suas palestras deixam-me sempre rendida não só pela informação que partilha, mas pela confiança com que o faz. Admiro-a imenso e ao seu trabalho, por isso, consigo imaginar-me a passar horas a conversar com ela. 

Ainda na secção das mulheres, a Sarah Blondin tem um lugar obrigatório nesta lista. Acompanho o trabalho da Sarah através da aplicação Insight Timer e as suas meditações são algo para o qual creio ainda não existirem as palavras certas para definir. São mais do que uma paz imediata; são poesia pura. A alma da Sarah está espelhada no modo como escreve e nos guia nas suas meditações e é uma alma boa, cheia de luz e serenidade. Sempre que me sinto menos bem, as suas palavras confortam-me e adoraria conhecê-la melhor, a sua história e percurso.  

 

Não posso não referir aquele que é não apenas um dos meus escritores favoritos de todo o sempre, mas também uma das minhas maiores inspirações e referências na área da psicoterapia. Sim, falo do grande, gigante, enorme Irvin Yalom. Daria tudo para ter a oportunidade de o conhecer e lhe dizer, pessoalmente, o quanto me inspirou ao longo do meu percurso, não só como estudante, mas essencialmente como pessoa. Consigo reler e reler os seus livros, sem nunca me cansar. O Yalom não é apenas um psicoterapeuta extraordinário como também é um contador de histórias maravilhoso e ler sobre os seus casos clínicos é a certeza de que o paraíso existe e muitas vezes é um lugar aqui na terra. 

 

A minha próxima referência poderá ser considerada batotice, mas não é possível escolher apenas um deles porque eles, para mim, sempre funcionaram como um organismo único, em que é a existência das diferentes partes que forma um todo espetacular. Refiro-me ao cast de friends. Sentados no icónico sofá laranja do Central Perk, sei que me divertiria muito a tomar café com o Ross, o Chandler, o Joey, a Phoebe, a Monica e a Rachel. Estas seis personagens fazem parte da minha vida há muito tempo e por mais louco que isto possa parecer, ao fim de tantas temporadas vistas e revistas vezes sem conta, sinto-os como amigos. Por isso, a sua presença nesta lista é imperativa.

Chegamos ao apêndice inventado por mim, onde selecionei mais duas pessoas como convidados especiais. Preparem-se que os dois não têm nada a ver um com o outro, aliás, não poderiam ser mais opostos.

O primeiro convidado especial seria o lendário e poderoso Axl Rose. Todos temos uma banda que marca a nossa adolescência e, em alguns casos, a nossa vida toda. A minha são os Guns and Roses. Sei que o Axl não é uma figura consensual e é mais facilmente odiado do que adorado. Para mim, no entanto, o Axl é um génio naquilo que faz e sei que muito da sua forma de estar na vida se deve ao muito que já viveu. Adoraria conhecê-lo melhor e confirmar que, por trás daquela magnitude de rock star, está alguém profundamente sensível e especial. Porque só alguém assim escreve músicas como a Estranged ou a November Rain.

(eu sei que atualmente o Axl tem 59 anos e em nada se assemelha ao Axl dos anos 80, mas vamos ficar antes com esta recordação visual)

E, por último, uma pessoa muitíssimo especial: Dalai Lama. Tenho um fascínio enorme no que diz respeito ao budismo e o Dalai Lama é uma pessoa que nunca me pareceu real, tal é a serenidade que o envolve. É como se o homem estivesse rodeado por uma bolha invisível de paz e sapiência, impermeável a qualquer mal. Adoraria ouvi-lo, estar na sua presença e ser invadida pela sua tranquilidade. 

Ainda partilharei uma outra lista, a edição dos falecidos, porque há tanta gente boa que já cá não está e que adoraria ter a oportunidade de conhecer. 

E vocês? Com quem gostariam de tomar um café/chá e passar uma boa tarde a conversar? Quem vos inspira? 

31
Jul21

7. confessions

mar

Confesso que gosto muito de ler literatura erótica. Não me refiro única e exclusivamente a conteúdo BDSM, até porque, para ser honesta, nunca li nenhum livro que se foque neste tipo de prática. Mas sei que a maioria das pessoas tende a associar livros eróticos ao 50 shades of grey, quando, na verdade, existe todo um mundo de livros e temáticas que vão muito além dos livros da E.L. James.

O que mais gosto neste tipo de leitura é que permite elevar o romance a um outro nível, que tende a faltar nos romances típicos. Leva-nos à componente da sexualidade, da atração, do desejo, do carnal e intenso, ultrapassando o romance platónico, que gosto, mas, muitas vezes, não acho credível. Gosto de ler um romance que me arrebata, em que os protagonistas se amam, desejam e se entregam um ao outro sem reservas e pudores. Para mim a sexualidade exige vulnerabilidade, no sentido em que permitimos que o outro aceda não só ao nosso corpo, mas aos nossos desejos e fantasias, sem receio do que poderá achar, apenas confiando e entregando. Na literatura erótica, pelo menos na que leio, o sexo não é só sexo, é uma extensão do amor, é um ponto de encontro, é a expressão de confiança absoluta. Mas mesmo quando o sexo é apenas e somente sexo não se torna menos interessante, porque a sexualidade faz parte da vida e vive-la é saudável.

É certo que os romances eróticos estão cheios e carregados de fantasia, isto é, existe muita romantização e descrições irrealistas, mas que, simultaneamente, tornam os casais mais credíveis. Gosto de saber que um romance pode conter algum conteúdo erótico, mas, por vezes, creio que não faz muito sentido separar literatura romântica da literatura erótica, porque quase sempre um livro erótico tem por base o romance, uma história de amor de duas pessoas que se cruzam, conhecem e acabam por se apaixonar. 

Admito que sinto alguma vergonha em partilhar que gosto deste tipo de leitura e, embora não leia em segredo, também não comento com ninguém as minhas reviews literárias deste tipo de contéudo. Mas, quando paro para pensar no porquê desta vergonha, vejo que não faz sentido. A psicoterapeuta e terapeuta conjugal Esther Perel considera que o erotismo é uma prática de autocuidado e autoconhecimento, algo com o qual concordo a 100%. Quando leio um livro mais "picante" (odeio este termo, mas é o que temos), dou por mim a fantasiar, a desligar-me por completo o mundo à minha volta, a imaginar como seria viver aquela experiência. Não há nada mais saudável do que nos conhecermos e descobrirmos as nossas fantasias e desejos. Afinal, picante é um dos ingredientes que dá sabor à vida!

29
Jul21

2. Confissões de uma leitora

mar

Sou a única pessoa que quando está a ler um romance e começa a pressentir que a história vai sofrer uma reviravolta amarga para os protagonistas, procrastina a continuação da leitura? Por favor, digam-me que não estou sozinha neste fenómeno.

O que me acontece é que me apego de tal modo às personagens que zelo por elas, torço convictamente pelo seu final felizes para sempre, quero protege-las de todos os males possíveis. Quando percebo que isso está comprometido, sofro. Pego no livro a medo, respiro fundo para enfrentar os tenebrosos capítulos que se seguem. É ridículo, eu sei, mas trata-se de uma condição física real, que me faz viver cada emoção como se a história fosse minha. Sinto um conjunto de sensações desde borboletas na barriga, pontadas, taquicardia, nervoso miúdo e graúdo, choro compulsivo, adrenalina, raiva, é só escolher!
Mas a verdade é que quando isto me acontece, sei que estou perante um bom livro e mais do que o ler, estou a vive-lo!

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